Torto Arado by Itamar Vieira Junior

Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.

É um bom livro. Não sei se sei dizer mais do que isso, até porque livro bom é mais difícil de comentar — e aí penso nos defeitos e aí a resenha me parece injusta. Vale dizer que eu queria muito muito que o texto fosse em terceira pessoa, e a melhor parte, é claro, é que os capítulos são todos curtinhos e uma delícia de engolir.

Eu nem sei por onde começar...
Este livro tem tantas camadas e cada coisa que eu fui descobrindo só fez eu amar ainda mais a leitura. As irmãs são protagonistas extremamente fortes e trazem a cultura e tradição do nordeste brasileiro de uma forma que quem é de outros lugares não faz ideia de como seja, além disso o livro abre uma conversa sobre racismo, luta de classes, preconceitos, escravidão, direitos humanos e muito mais complementado com uma escrita tão linda e poderosa. A história é rica em detalhes sem ser maçante e a religiosidade é 100% presente ao longo de todo o livro, o que só agrega ainda mais o romance. E o final, meu deus, é maravilhoso e ousado também.
Enfim, leiam e deem valor para a literatura brasileira!

Não sabia o que esperar desse livro e foi uma agradável surpresa encontrar essa voz, que me lembrou uma juventude de Jorge Amado com um toque mais leve e contemporâneo. Entendi porque tem brilhado.Bibiana e Belonísia são marcantes.

Me gusto como las cosas importantes se tejen a partir de pequeños detalles, como la narración se desenvuelve y todo va cobrando sentido, como a la final igual que las protagonistas, nos reconciliamos y ponemos en perspectiva el pasado.