A capacidade de Záfon de pegar em nós e nos atirar para o universo do livro como se fizéssemos parte do grupo de personagens ou dos habitantes de uma cidade não tem comparação. Sinto que fui a Calcutá e voltei, e nem tive de apresentar um teste negativo à Covid. A intensidade de alguns momentos é arrepiante
Há algum tempo que não lia Saramago, e que bom é voltar a casa.
A ideia que dá base ao livro já é muito boa, mas tudo o que é construído a partir da frase “No dia seguinte ninguém morreu” é o Nobel o que só ele sabe.
Acho que é um excelente ponto de partida para quem não sabe por onde começar com Saramago, ou para quem já leu um ou dois e não tem a certeza se gosta. Para quem gosta, bem, não é preciso muito, basta dizer que está cá tudo o que é preciso.
Acho que é impossível ser a mesma pessoa depois de ler este livro. A história de Chernobyl não acaba naquilo que aconteceu na central. Estas vozes, das pessoas que sofreram diretamente com as consequências do desastre nuclear, são arrepiantes de ler. Há relatos que são muito, muito difíceis de encaixar, especialmente das pessoas que viram familiares a morrer com os efeitos da radiação
Se ainda não leram este livro, leiam. Foi escrito em 1937, mas podia ter sido ontem.
A vida dos Capitães é consequência de um sistema que os marginaliza, e depois os classifica como marginais. Que os agride, e depois os considera violentos. Que os abandona, e depois os persegue.
E eles não existem só na ficção. São reais, e estão espalhados pelo mundo.
Uma lufada de ar fresco. A magia deste livro reside acima de tudo na escrita. Não tem um enredo ultra-complexo nem dezenas de personagens. Tem sim uma sensação de normalidade. A maneira como nos são descritas coisas mundanas e os sentimentos de Connell e Marianne é uma excelente representação do que são na realidade.A sensação de estarmos a ver os pensamentos das personagens na sua forma mais crua e natural é paradigmática do estilo de Normal People. Confusão, incerteza, medo, amizade, amor, atracção. Tudo sentimentos que se misturam na história deste par algo improvável que se vai encontrando e perdendo ao longo da história. A forma como o livro está organizado, com capítulos que saltam diferentes períodos de tempo, é muito interessante.
Um dos meus livros do ano. É um thriller imperdível, mas é muito mais que isso. Além de ser impossível de largar, especialmente quando nos aproximamos do fim, é uma história com camadas, é um meta-livro quase, que nos faz questionar o nosso papel enquanto leitores. Está muito bem escrito, e para mim, o final foi uma surpresa completa, apesar de ter passado por várias teorias ao longo do enredo
Este livro tem qualquer coisa especial. O conceito nem é uma coisa que à partida eu me interessasse, mas a complexidade da abordagem que é feita é absurda. Há dois níveis importantes em toda a história. Primeiro o lado humano da April, que tenta gerir uma situação delicada e vê os seus defeitos expostos para o mundo ver. Por outro lado, a situação dos Carls e a forma como o mundo reage é a analogia perfeita para a forma como muitas questões sociais são discutidas
Com o cenário do Alentejo, este livro oferece-nos uma viagem à vida de várias personagens de uma aldeia. Cada personagem tem a sua própria história, e estas vão-se entrelaçando para criar uma narrativa viciante e difícil de largar. O estilo de escrita faz lembrar Murakami, na medida em que parece que há sempre muita coisa a acontecer num curto espaço de tempo
Uma das melhores autobiografias modernas. Tem histórias divertidas de infância, intercaladas com as mais profundas reflexões sobre o Apartheid e a vida nessa altura. Algumas partes requerem um estômago forte, porque relatam experiências horríveis. Faz crescer a admiração e o respeito pelo Trevor Noah, e por tudo o que ele alcançou.