Desejo à meia-noite
2007 • 272 pages

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3,5- 4 Vamos lá...

Confesso que adquiri uma edição não muito confiável, com uma tradução dúbia, que levou-me ao questionamento se não perdi 90% da importância do livro com isso, desejando ter o original em mãos (além de que, com os nomes e relacionamentos das pessoas ao redor, era evidente que houve uma família antes deles, e Lorde St. Vicent povoou os sonhos das páginas de outros livros, bem como a energia de Lillian e Evie já quebraram padrões da sociedade inglesa certinha em outros volumes. Fiquei com a pulga na orelha se não estava passando por outro trauma do Clube dos Canalhas e, é claro, estava. Decidi reservar essa aflição para outro momento)
Ignorando meu editor de texto mental, segui a leitura.

Amelia é o tipo de heroína que gostaria de ter e mostrar de exemplo para a maioria dessas menininhas de YA que choram por qualquer coisa. Com o espírito de aço, ciente do que ocorre ao seu redor e que enfrenta os problemas como mulher, levando essa família muito desconcertada com punhos de ferro. Embora a “mania” de carregar tudo como sua responsabilidade, e com vontade de resolver tudo, seja algo completamente questionável... que muitas de nós fazemos hoje sem perceber.
Cam é em si, um personagem lúdico e envolvente por seu carisma. A autora pintou o retrato mais caricato de um cigano em sua fisionomia, deixando bem contrastado com sua “capacidade civilizada”.
E embora o relacionamento dos dois tenha sido um tanto instantâneo, eu apreciei como se desenvolveu. Muito embora, algumas das cenas mais calientes, para um leitor desatento, e com a ausência de um narrador onisciente que nos presta a gentileza de nos informar os sentimentos da parte feminina do ato, teriam sido quase um abuso inconsciente. Duas cenas me perturbaram bastante, maquiadas pelas desculpas de Cam e pela afirmação de Amelia que queria aquilo, mas não afirmando que gostaria de selar comprometimento com ele.

DEIXANDO O ROMANCE DE LADO.

O que me encantou nessa série, e me fez desistir do meu plano de não seguir com esta foi... a estória em si. O romance leva a vender mais para o público feminino que aprecia unicamente isso, mas retirando isso, não é um livro raso. Pelo contrário. Temos uma série bem construída (nada muito impressionante e best-seller de ficção fantasiosa, claro), uma família cativante com características peculiares para cada um, e um retrato muito bacana de como era ser um “novo nobre” naquela sociedade de londrina muito quadrada que não aceita que é diferente, o preconceito com as misturas étnicas (que hoje damos amém aos mestiços espalhados pelo mundo, que tornam todas as características humanas muito mais interessantes), uma pitada de realismo fantástico e misticismo (Laura e os olhos de Leo) que deu um toque todo especial ao livro.

Não convencida de que esse livro, esta série não era boa, li uma amosta da sequência.

E agora me pergunto onde acharei dinheiro para continuar nesse mundo maluco dos Hathways e o tanto que torço por eles. (uma estrelinha destas se deve a continuação para os “entraves” de Win e Kev)

Sei que tudo vai dar certo, esse é o pior, mas estou intrigada em continuar a ler mesmo assim.

Deve ser essa certeza de um final feliz em um mundo tão turbulento como o qual vivemos hoje que me leva a esse vício por romances certos e promissores de descontração para a cabeça.

May 22, 2017Report this review