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Já adianto que esta, pra mim, não foi uma leitura muito legal. A ideia da coisa é toda muito boa, e o universo criado por Gerson Lodi-Ribeiro é muito interessante, contando até com apêndices sobre uma raça alienígena e a tecnologia empregada na viagem interestelar (apêndices nos quais, confesso, fiz uma leitura dinâmica bem safada, mas eles estão lá), mas a narrativa parada, feita em primeira pessoa por uma protagonista sem muito carisma, e uma plot sem acontecimentos significativos acabam deixando o livro bem chato. Além disso, a escrita é muito formal, principalmente se levarmos em conta o gênero, e apresenta um vocabulário rebuscado que desanima bastante e apaga boa parte da personalidade dos personagens.
Ao acompanharmos a vida dos tripulantes da nave terráquea Pioneira pelo universo, boldly going where no man has gone before, nos deparamos com uma história maçante: os personagens transam*, descobrem uma civilização extinta, transam, seguem em frente, transam, descobrem que mudaram de continuidade, seguem em frente. Nada é importante o suficiente para uma definição clara de clímax, por exemplo. As coisas apenas... acontecem. Não ajuda que boa parte das informações sejam contadas ao invés de mostradas, e o livro é permeado de infodumps. Queria ter gostado (bem) mais.
* Os personagens deste livro são, em sua maioria, bissexuais, com poucas exceções. Enquanto isso poderia ser uma coisa boa em qualquer outra circunstância, a sexualidade aqui é usada de forma um tanto incômoda. As cenas de sexo são pouco realistas e desconfortáveis, e a intimidade entre os personagens principais, que apresentam um relacionamento claramente poliamoroso, não parece genuína.