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O PRIMEIRO LIVRO EM PROSA DE MATILDE CAMPILHO.
PO lenhador carrega um animal ao ombro, o astronauta leva o fato pendurado no braço esquerdo, a bailarina deixa cair a cabeça sobre o espaldar, um deus afaga a omoplata e ali encontra o resto de um dente de leão. De cada gesto, seja em que época for, surge uma história. As histórias são uma das mais persistentes formas de expressão do mundo. Podem ser orais ou podem vir em forma de canção. Podem estar presentes num desenho, numa prece, às vezes podem ser só contadas através de um aceno. As narrativas, mais imaginárias ou menos, nunca param de existir. Enquanto caminham juntos, ou sentados à mesa, os homens e as mulheres sempre foram dados a partilhar experiências através das histórias. Neste livro estão algumas. São de vários tempos e de muitos lugares. Falam de pessoas, de bichos, de objetos e de movimentos que acontecem em volta deles. Aparentemente não estão ligadas entre si. Mas, de alguma maneira, estão: há uma flecha a atravessar todas as histórias, desde o princípio.
«Iluminado apenas por uma lâmpada azul daquelas que atraem moscas e depois as queimam vivas, um homem amassa o pão de madrugada. Um rapazinho bêbado toca‑lhe à porta pedindo por favor dois bolos quentes. O homem, limpando o suor da própria testa e enfarinhando sem querer o pescoço nu, faz silêncio e não abre.»
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