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Um homem sofre desmesuradamente com as notícias que lê nos jornais, com todas as tragédias humanas a que assiste. Um dia depara-se com o facto de não se lembrar do seu primeiro beijo, dos jogos de bola nas ruas da aldeia ou de ver uma mulher nua. Outro homem, seu vizinho, passa bem com as desgraças do mundo, mas perde a cabeça quando vê um chapéu pousado no lugar errado. Contudo, talvez por se lembrar bem da magia do primeiro beijo – e constatar o quanto a sua vida se afastou dela – decide ajudar o vizinho a recuperar todas as memórias perdidas. Uma história inquietante sobre a memória e o que resta de nós quando a perdemos.
Um romance comovente sobre o amor e o que este precisa de ser para merecer esse nome.
«Viver não tem nada a ver com isso que as pessoas fazem todos os dias, viver é precisamente o oposto, é aquilo que não fazemos todos os dias.»
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Gostei tanto do Vamos comprar um poeta, mas esse não chegou ao meu coração. Interessante, dilemas bem transversalmente colocados, mas não me cativou como eu esperava.
“»Talvez haja uma corda pendurada em todos os pescoços, talvez caminhemos sobre vidros partidos, talvez a nossa alma seja uma lâmpada fundida, talvez o futuro seja uma flor deitada num caixão, talvez as nossas ambições sejam programas de televisão coloridos, talvez nos doam as esperanças, talvez nos deitemos todas as noites como o entrecosto nas montras do talho, talvez nos falte a saliva nas palavras, talvez nos caiam dentes podres para dentro da voz, talvez nos rasguem os ossos como papel, talvez a chuva só exista dentro do nosso corpo, talvez... E, porém, iluminamos o mundo. Existe um caos, uma escuridão, mas o mundo, o mundo só existe quando apontamos uma chama na sua direcção e o incendiamos.”