Hetch
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1 primary bookMen OF S.W.A.T is a 1-book series first released in 2016 with contributions by River Savage.
Hetch
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Hetch oh my goodness where do I start.... Liberty love her, Liam love him but they frustrate me to no end. River creating this amazing duo who will have you in tears from laughing and heartbreak. What a fantastic read. I haven't been this exciting in a book in so long. It captivated me right from the start hoping for a minute you can sneak a page or few. Excited to see what Hetch and Lib are up to next.
Written in both Hetch and Libs views which works and is so satisfying to have both views of their journey and yell at them too. I need more SWAT. Who will be next? Fox and Pay? Sterling and Kota? I know it's a coming
Eu devorei um livro ontem a noite (e, possivelmente, para essa frase funcionar melhor, deveria haver aquela linha que todos os integrantes dos grupos de apoio falam no começo do seu relato “Oi, meu nome é Vitória...”, mas continuemos). Eu realmente não deveria ter lido 350 páginas quando tenho uma pilha de livros teóricos para ler até o final de semana, mas foi mais forte do que eu e obviamente, agora preciso compartilhar com você o que me levou a ler sem parar.
Esperei um ano para finalmente criar coragem e ler o primeiro livro da série Men of S.W.A.T porque eu sabia que sua temática de fundo seria pesada e complicada. Provavelmente já comentei antes que livros que tratam de morte (e suicídio em especial) são complicados para mim – minha relação com essas histórias é sempre ou 8 ou 80, ou amor ou ódio, porque é realmente me parece extremamente difícil conseguir transmitir em palavras a dor (de quem vai e de quem fica).
Este também foi meu primeiro contato com o estilo de escrita de River Savage e fiquei muito surpresa pela fluidez de suas palavras e como seus parágrafos não apenas conversavam entre si, mas continuavam no ritmo cadenciado da narrativa – apesar das inúmeras indicações que recebi de sua outra série, Knights Rebels MC, a sinopse e os comentários sobre a história de Hetch tiveram mais apelo para mim (e, não vou mentir, essa capa também me deixou curiosa e inquieta o bastante para decidir/começar a ler).
Então vamos lá, se você não conhece a história, estas são suas linhas gerais: Liam Hetcherson é um policial da S.W.A.T (como o título da série anuncia) e tem lidado há três anos com o suicídio do pai – que o afetou em formas mais profundas do que podemos entender. Quando sua nova vizinha, Liberty (nome conveniente, não acha? [e quem, em sã consciência, coloca o nome de Liberdade em sua própria filha?]), entra em sua vida, parece que a hora para voltar a viver de verdade chegou.
Possivelmente eu deveria escrever sobre como a história se desenvolve bem e como os personagens (bem, nem todos, mas a maioria) são profundos o suficiente para nos apegarmos a preocuparmos com suas escolhas, mas gostaria de focar, desta vez, em outro aspecto da narrativa (e depois de ter começado quatro parágrafos com palavras iniciadas em “E”, temos uma mudança aqui). Vou falar sobre alguns temas que são abordados na trama.
O primeiro tema, obviamente, é o suicídio. Por mais que essa temática seja comentada e abordada em uma série de maneiras, eu nunca acho que seja o suficiente. É extremamente necessário falar sobre o que leva uma pessoa a desistir de sua vida. E, de uma forma ou de outro, é isso o que Savage faz aqui. Através dos pensamentos de Hetch a autora nos conta que o pai do personagem estava doente, que estava sentindo uma dor incessante que não conseguiu suportar, que perdeu o rumo e as forças – ela nos leva a pensar em como deve ser passar por isso, em como é chegar em um ponto (sem volta) onde você não consegue pensar nas pessoas que te amam porque não consegue suportar uma dor que vem de dentro de você. Este é um “se colocar nos chinelos do outro” bem profundo – ainda que não totalmente explorado na narrativa, afinal, o foco está no filho que ficou.
O que nos leva ao próximo tema. Como quem fica consegue lidar com a dor da perda. Hetch obviamente não consegue lidar com a dor. Sua forma de “lidar” está em ter raiva do pai e do que ele fez consigo e com quem ficou para trás (no caso, Hetch, sua irmã Koda e sua mãe). Essa é uma das coisas que sempre escrevo em resenhas de livros cuja temática envolve morte: quem fica precisa lidar com o vazio e encontrarmos personagens que estão passando por essa dor é uma forma não de alerta, mas de lembrete de que falar sobre o que sentimos é importante. Tirar o peso que sufoca o coração e aperta a garganta. Não precisa ser tudo de uma vez, mas aos poucos, palavra por palavra – vemos essa diferença no próprio Hetch, quando ele começa a falar, as coisas tendem a melhorar.
Outro tema é a situação dos meninos em orfanatos. Liberty é uma assistente social que gerencia uma casa para alguns garotos órfãos. Um desses meninos, Mitch, fica em relevo na história e traz uma importante discussão para o leitor: São suas ações que definem quem você é, não seu pai, sua mãe, seu irmão mais velho. Outra questão, que me parece atrelada à anterior é o envolvimento real de quem cuida dessas crianças. Enquanto Liberty e Mitch constroem uma relação muito bonita, me pergunto quantas vezes isso ocorre de verdade com os milhares de garotos como Mitch espalhados pelo mundo (voltamos àquele exercício de se colocar nos chinelos do outro).
Encontrei outros temas no decorrer da história (como a infidelidade, as drogas, o cotidiano dos policiais das forças especias, etc. etc. etc.), mas estes três são os proeminentes – e escrever sobre eles ainda me deixa um espacinho para comentar outros pontos... Como o relacionamento de Mitch e seu irmão, Dominic. Não me leve a mal, eu gosto de finais felizes (ou praticamente felizes), mas Dominic era uma má influência para seu irmão mais novo durante todo o tempo e o menino passou mais de trinta capítulos com medo. Me pareceu um pouco apressada a forma como “a solução” para o irmão problemático do adolescente surgiu, foi como se, já que a história estava chegando ao fim, a única saída encontrada fosse apaziguar de uma vez todos os problemas que circularam pela trama.
Antes de terminar esta resenha, acho que é justo falar do casal principal. O relacionamento de Liam e Lib teve um desenvolvimento interessante de se acompanhar, os dois formaram um par e tanto, principalmente em sua primeira cena realmente juntos onde pudemos ver suas personalidades tão diferentes. Eles tiveram uma boa dose de amor, angustia e aventura – e também todas as cenas quentes que a autora achou necessário para mostrar o quanto eles estavam em sintonia. Sem contar um ou outro detalhe, Hetch e Liberty se encaixaram bem e formaram um dos casais mais instigantes de se ler – foi de esquentar o coração a forma como cada um foi se abrindo para o amor e como as coisas aconteceram no tempo certo.
Apesar de todos os seus pontos positivos, tive a sensação de que a história não iria acabar nunca. Cheguei em um ponto da trama que pensei seriamente em abandonar a leitura, eu simplesmente não entendia porque o final feliz não chegava logo para que eu pudesse marcar como “lido” no Goodreads e seguir em frente – mas então o grande momento da trama chegou e eu compreendi todo o percurso que a autora criou para chegarmos lá. No fim, tudo valeu a pena.
Este romance, no final das contas, é simplesmente sobre coisas comuns da vida humana – para variar, não tem nada de vampiros, lobisomens, unicónios ou qualquer outro ser sobrenatural, é apenas um grupo de pessoas que se amam, que possuem problemas reais e se apoiam. É uma história realmente boa e chegou em mim de uma forma que não sei bem como explicar, mas senti a necessidade de te contar sobre ela hoje. Cada página vale ser lida (mesmo que você não goste de cenas quentes, é só pular a cena [ainda que alguns bons diálogos possam ser perdidos]) e cada lição vale ser aprendida. , Esse é um daqueles segredos da literatura que nós estudamos na universidade, sabe? Retratar a sociedade, seus problemas e peculiaridades, mostrar aquilo que às vezes não conseguimos enxergar. Esta história pode não ser um clássico da literatura, mas traz boas reflexões (e vou parar por aqui antes que esta resenha fique infinita).