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Histórias extraordinárias reúne dezoito contos assombrosos de Edgar Allan Poe, com seleção, apresentação e tradução do poeta José Paulo Paes. Este livro traz, entre outras obras-primas do mestre do suspense e do mistério, “A carta roubada”, “O gato preto”, “O escaravelho de ouro”, “O poço e o pêndulo”, “Assassinatos na rua Morgue” e “O homem da multidão”. O caráter macabro das histórias, dotadas de profundidade psicológica e imersas em uma atmosfera eletrizante, continua a conquistar novos leitores e a afirmar sua condição de clássico. Nas palavras de Paes, “Poe sempre consegue [...] provocar-nos aquele arrepio de morte ou aquela impressão de vida que, em literatura, constituem o melhor, senão o único, passaporte para a imortalidade”.
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Talvez seja só comigo, mas o que mais me causa mais estranhamento nos contos do Poe são os desfechos. Não consigo nem classificá-los como bons ou ruins; são apenas um jeito todo próprio de wrap up as próprias histórias, com uma ou duas frases fatais que, frequentemente, trazem à tona a morbidez ou o aspecto “de horror” que dá o tom do conto. Podemos ver isso muito bem nas linhas finais de Deus (Revelação magnética), o último conto do livro, que, até então, havia apresentado um texto bem mais filosófico do que de terror: "Fiquei pensando: 'Será que o hipnotizado, na última parte de nosso diálogo, não teria se dirigido a mim lá do fundo das regiões das sombras?'"
Esta edição da Nova Fronteira/Saraiva de Bolso traz uma “tradução e adaptação” de Clarice Lispector. Nunca sei o que, nesses casos, querem dizer com “adaptação”, mas, por via das dúvidas, meu próximo encontro com o sr. Edgar será em inglês.
Últimos dois contos: “William Wilson” e “Manuscrito encontrado numa garrafa” - 3/5.