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Resolvi comprar pro meu irmão (alguns d)os títulos listados no portal Educar para crescer. Estou começando a partir dos 12 livros que a coordenadora Vânia Barone e a bibliotecária Marilda Mitsui indicaram para crianças de 8 anos de idade. A lista completa pode ser conferida em http://goo.gl/F15MmS.Livro de fevereiro: Lolo BarnabéAutora: Eva FurnariEditora: ModernaJustificativa da escolha: “Uma graça de livro, que retrata, com propriedade, o mundo de excessos em que vivemos. Esse livro tem uma mensagem pertinente para os dias atuais — de que a felicidade pode ser encontrada nas coisas simples da vida.”Ao contrário da justificativa do livro de janeiro, [b:Pomba Colomba 29102302 Pomba Colomba Sylvia Orthof https://d.gr-assets.com/books/1455560636s/29102302.jpg 49340282], essa fez sentido, pelo menos para mim. Nela, foram examinados a utilidade e o aproveitamento do livro para a criança no geral, em vez de apenas em um contexto escolar. Ela também apresenta muito bem a proposta do livro: mostrar que nosso mundo é cheio de “invenções” desnecessárias e que nós deveríamos ficar contentes com o mais simples, com o que a natureza nos dá — ou seja, nada de novo sob o sol. Essa é uma discussão complicada que, dependendo de como é desenvolvida, me cansa muito, então admito que peguei o livro já com um pé atrás. Eu não estava completamente enganado.Lolo Barnabé não é um livro ruim, mas me parece o tipo de livro que pessoas mais velhas escreveriam para dizer a crianças que tudo é supérfluo, que a tecnologia está acabando com a interação social e que o ideal seria voltarmos à Idade da Pedra, sem celulares, computadores, nada (“a juventude de antigamente não era assim!!!”). Na minha opinião, a história acabou soando um pouco “durr hburr tecnologia é ruim fogo é assustador e thomas edison era uma bruxa” mais pro final. Tenho certeza de que a autora teria tocado no famoso “problema” de jovens que não largam seus smartphones se tivesse escrito Lolo Barnabé alguns anos depois.Uma coisa que me incomodou bastante, mas que talvez possa ser um pouco mais discutida, foi o machismo chato que deu as caras aqui e ali pela leitura — Lolo Barnabé, o protagonista, inventa a maioria das coisas citadas na história, exceto roupas, por exemplo, que são inventadas pela esposa dele, Brisa; em certa passagem, em que Brisa se incomoda com a bagunça que seu marido fez com as invenções dele, vemos Lolo pensar na solução genial de inventar uma vassoura para que ela limpasse tudo; Lolo inventa o carro como um “brinquedo” para si depois de inventar vários para o filho etc.Acho que o Arthur não gostou tanto assim desse livro, por mais que eu diga todos os dias pra mim mesmo diante do espelho que três estrelas não são uma avaliação tão ruim assim. Talvez ele tenha sentido falta da internet. Pois bem.