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O maior desafio da leitura foi a barreira temporal de linguagem, que acabou prejudicando um pouco meu ritmo.
Machado é comprovadamente um ótimo escritor, não tem como negar. A premissa do livro é ótima e as conversas com o leitor avivam muito o texto. Na narrativa, preferia, pessoalmente, que ele passasse mais tempo falando sobre coisas além de adultério, mas foi assim que Brás Cubas quis.
A história é consistente e o arco geral é refletido nos arcos menores: tentativas falhas do falecido de, em vida, construir legado e propósito, seja no amor, na política, no jornalismo ou no empreendedorismo. Além disso, Cubas, como personagem, é multidimensional e moralmente ambíguo, o que torna assistir suas ações e reações mais interessante.
Machado também usa momentos breves para tecer comentários sociopolíticos mais, ou menos explícitos, como o torturado torturador ou a borboleta negra, dos quais gostei bastante.