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"A wonderfully original, emotionally complex novel that delves into why Cassandra burned a treasure trove of letters written by her sister, Jane Austen - an act of destruction that has troubled academics for centuries. 1840- twenty three years after the death of her famous sister Jane, Cassandra Austen returns to the village of Kintbury, and the home of her family's friends, the Fowles. She knows that, in some dusty corner of the sprawling vicarage, there is a cache of family letters which hold secrets she is desperate should not be revealed."--Publisher.
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Primeiro livro terminado sem um ressaca em cima dele.
Tenho tido esse problema. Termino um livro e preciso de algumas horas para poder “aceitar” a leitura.
Esse livro é bom. Bem escrito (bem escrito de verdade; com o tom certo do período, um discurso lírico no tom correto, e), com um ritmo um pouco mais lento que o esperado, mas esperado para o tema, e o gênero literário. Demorei para terminar, mas passei esse período comentando, pensando, comparando, refletindo sobre tudo.
Os primeiros capítulos são um pouco confusos, demora um pouco para entender que se trata de uma coletânea de flashbacks, partindo das cartas enviadas a Eliza por Cass e Jane, ao longo de vários anos; e, é claro do retorno a casa dos Fowle, amigos íntimos e família do finado Tom.
E quanto sofrimento. Esse período. Meu Jesus, quanto dedo.
Por isso que romance de época (no nível de ficção, Quinn, Kleypass, MacLean da alegria) alegra nosso coração, fazem sucesso, porque pegam essa época, colocam o melhor do romance atual, com as coisas dando certo.
Demorei a terminar porque havia momentos que ficava bem desgostosa com tudo. Com a ingenuidade, com as promessas, o sofrimento pessoal, a tristeza que as escolhas geraram, entendidas como consequências do destino, se contentando com verdades e preceitos que apenas as deixaram infelizes.
Doeu, também, saber que Jane Austen, uma das mulheres mais brilhantes de todos os tempos, teve depressão. Claro que já era conhecido. Mas a sensibilidade da situação ainda é a mesma.
Gill Hornby fez um trabalho muito bom que pude jurar, várias vezes, que se tratava de uma coletânea verídica das muitas cartas dos Austens.
O tom, o ritmo e as personagens são muito (extremamente) parecido, inspirado, baseado e estilizado no filme de Orgulho e Preconceito (aquela coisa maravilhosa). Temos em Jane Austen as mesmas características de Lizzie Bennet. Mary Austen (a personagem mais irritante do universo) tem os mesmos longos discursos da Sª Bennet. Cass é a sensata, bela e levemente plana Jane Bennet. E as similaridades são infinitas.
O que ajudaram e prejudicaram e ajudaram (nessa ordem).
Quero mais coisas dos Austen.