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3.0★
Talvez eu tenha lido na época errada do ano.
Este é um livro (de ficção, é claro) que fala como Dickens escreveu um de seus clássicos de maior sucesso, transformando uma trajetória na qual pensamos “ah, ele sentou e escreveu e é isso aí: sucesso.”, em uma jornada romântica de grandes desafios pessoais em se encontrar com o “espírito de Natal”, em meio a uma crise criativa.
Estou/fiquei um pouco apaixonada pelo Dickens, imaginando-o como um maridão, paisão de 6 crianças, que comete muitos erros, no passado e no presente, ao acreditar que apenas teria sucesso se mantivesse uma “musa” (Mary, sendo alguém que ele realmente teve um affair) como fonte de inspiração para seu trabalho - ainda mais com crise criativa, deadlines surreais de curtos, e contas para pagar, com mais uma boca para alimentar.
Nosso Charles, em crise, reforço, briga com a esposa, seus editores, seus amigos, e, por dica de Kath, faz um retiro para encontrar a si mesmo.
E ai que apresentam-se Eleanor. E o pai de Dickson.
Este último, embora muito importante... não dei muita bola pelo drama. O papel do tradicional pai cuzão ausente é tradicional. (sei que isso é veridico na vida dele).
Vamos a mulher, porque sempre tem uma mulher.
Deu a sensação de que ela era um dos fantasmas de Dickens, uma metáfora desse momento de crise criativa e de escrita que ele estava passando, antes de finalmente redigir um Conto de Natal.
O “romance”/atração entre Dickens e Eleanor seria a coisa mais fofa SE o cara não fosse casado.
Timothy é um detalhe muito tocante.
Mas foi esperto em mantê-la como a musa, no sentido literal romântico do que as musas sempre foram.
Arrasadíssimo. Mas que funcionou muito bem, embora o desfexo como é que a mulher morreu do nada, brasil? tenha parecido uma fugida do problema que criou.
O conjunto, os capítulos finais com pinta de cenas finais de um dramalhão, ou uma comédia romântica, ou novela da Globo quando tudo fica bem e tem um casamento, é a sensação desse livro.
Novamente, talvez, escutar esse livro - SUPER BEM NARRADO por Euan Morton - no Natal, ainda mais depois de um ano como esse o coração deve ficar mais feliz. E fiquei com grandes vontades de saber mais sobre a história oficial de nosso querido Dickens.