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Causa certa estranheza a ideia de que um banqueiro possa ser anarquista, imaginando-se talvez que seja um anarquista não praticante, ou que o seja na teoria, mas não na prática. O banqueiro retratado por Pessoa, contudo, considera toda a sua vida exemplificativa do verdadeiro anarquismo descrevendo como, desde jovem, foi resolvendo diversas contradições e dúvidas até chegar à “técnica do anarquista”.
Concluirá o banqueiro que todos devem trabalhar para um mesmo fim, mas separados, de forma a não sucumbirem à pressão social, podendo tornar-se livres do dinheiro, da sua influência e força, através da aquisição da maior soma possível. O Banqueiro Anarquista, conto de uma actualidade surpreendente, publicado no n.º 1 da revista Contemporânea, tem conhecido um conjunto apreciável de edições e reedições ao longo dos últimos setenta anos, orgulhando-se a Assírio e Alvim da presente edição, organizada por Manuela Parreira da Silva, na qual se apresenta o texto de 1922, inserindo-se em apêndice os rascunhos deixados por Pessoa, de forma a que o leitor possa conhecer o texto na íntegra.
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