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O Mandarim é uma novela com carácter fantástico. Acompanha a história de Teodoro, que descobre num livro a história de um Mandarim com uma grande riqueza, à qual ele poderá ter acesso ao tocar numa campainha. Após ceder à tentação, Teodoro apercebe-se que na vida ”só sabe bem o pão ganho com as nossas mãos”
Mandarim é um livro profundamente descritivo e satírico dos vícios e costumes de uma burguesia lisboeta, como o Eça tão bem nos habituou.
Teria melhor nota, não fosse o meu olhar mais atento de 2022 reparar na misoginia da sua escrita, que me escapou na adolescência.
Dirão muitos que não podemos analisar com as lentes de hoje e que tudo é justificado pela visão e experiências da época. Contudo, já muitas mulheres tinham alcançado mais do que este binómio do Eça “mulher cuidadora da família ou cortesã”. Também já haviam sido iniciados movimentos feministas mundo fora (e em Portugal, embora tenha de estudar o tema), a que homens de cultura teriam facilmente conhecimento.
Com tristeza digo que não é um livro para mim.