Este livro conta a história de Aquorea mas do POV do Kai permitindo-nos conhecer um pouco melhor Aquorea e os seus residentes, sobretudo os Protectores. Através deste livro é possível compreender melhor as motivações de Umi para antagonizar a Ara e foi sem dúvida o que mais gostei de ler.
Quando comprei Aquorea não tinha percebido que era dirigido para um público tão novo pelo que senti que alguns dos pontos que achei menos positivos poderiam estar influenciados por esse facto. Em Shore Desvendado venho com o conhecimento total de que não sou a leitora alvo da saga, contudo, os pontos que me fazem desgostar do livro mantêm-se, nomeadamente:
- As personagens soam mais infantis do que me parece ajustado à faixa etária (18-20 anos), sobretudo atendendo ao nível de responsabilidades que os residentes em Aquorea têm na sociedade desde novos e que deveria contribuir para um maior nível de maturidade.
- Os diálogos não parecem reais, não conheço ninguém que fale da forma apresentada, muito menos um adolescente/ jovem. Fez-me recordar um pouco os livros de uma aventura.
- O POV do Kai deveria ter podido justificar a sua animosidade inicial, mas ficamos apenas com a justificação “é mais seguro para a Ara desta forma” o que para mim continuou sem fazer sentido. Percebo que serve para criar tensão entre as personagens para a base do romance, aproximando-se da trope “enemies to lovers” mas na minha opinião mantém-se como um relacionamento tóxico.
- Este livro tinha potencial para Worldbuiling que me pareceu subaproveitado.
Esta saga preenche todos os pontos típicos dos atuais livros de fantasia/romance internacionais aclamados no booktok e bookstagram pelo que continuará a atrair muitos leitores. Não sendo fã desta saga tenciono continuar a lê-la para suportar a fantasia de escritoras Portuguesas.
A M.G. Ferrey está de parabéns por atrair tantos novos leitores para o género.
Recomendo este livro para quem gostou de Aquorea.