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Definitivamente um dos livros mais poéticos que eu já li. Amei acompanhar os pensamentos de Bernardo Soares, pseudônimo de Fernando Pessoa, e suas reflexões em relação à vida, às pessoas e à sociedade em que estava inserido. Amei, principalmente, as descrições quase românticas de uma Lisboa em 1930.
Gosto da intimidade com que somos convidados a apreciar este livro inacabado, assim como gosto das passagens introspectivas e reflexivas que Pessoa nos traz. As reflexões que parecem lhe fazer refletir, mesmo que nem sempre concordando com o que é dito, as emoções tão únicas que conseguiriam ser encapsuladas em palavras tão universais.
Se ver escrito em algumas das páginas deste livro é um daqueles sentimentos de estranha melancolia e felicidade, em parte por saber que estes sentimentos são tão solitários, em parte por saber que essa solidão pode ser compartilhada. Para mim, uma das passagens mais específicas, mais interessantes, que mais me tocou, foi quando Pessoa comenta sobre o tédio e a prisão infinita que este é.
Livro muito bem escrito, pretendo relê-lo novamente num futuro não tão distante.