Balajaca

Bem sólido na sua crítica e composição, apesar de não ir muito longe pela curta duração da obra (fator até bom vendo o quanto ele pode aproveitar).

Trouxe-me pouco do que esperava, alertou o que já está disperso no status quo, mas talvez acrescente algo sobre a verdade nos dias atuais, tão manipulada a ponto de induzir um estado solipsístico geral, onde a realidade é mutável pelas mentes que a percebem.

Cinquenta e um dias para ler... A obra é densa, cheia de nuances entre os personagens, constantemente analisados pelo narrador, e nesse quesito, de forma maestral e engajante, contando as minúcias daquele submundo, duma família entupida de falhas.
A narrativa é desconfortável, os fatos narrados podem enojar, enfurecer ou até gerarem agonia, repetem-se criancices, manipulações, e o leitor a torcer por um final feliz, se contorce na poltrona vendo tudo ir à merda, com isso o livro soa como uma série de mal-entendidos, são traumas passados, se acumulando e incendiando a família.
Esse é um livro intenso, obsessivo, e ao mesmo tempo, íntimo e enigmático.

Esse é claramente o melhor dos primeiro quatro livros; sendo um melhoramento dos acertos no terceiro ao explorar, ainda mais, a sociedade bruxa e incorporar isso à narrativa, como apresentar novas escolas, preconceitos e símbolos desse povo, apesar de ainda ser de modo superficial.
Por um lado, isso descarrega a história de complexidade, deixando-a no meio termo para um público mais amplo, mas deixa um gosto esquisito, como abranger pouco o psicológico de forma inovadora e broxar cenas importantes. O livro tem um certo realismo de fanfic.

De boa... Nesse tem mais romance, estrangeiros p'rum caos maior, a INCRÍVEL etimologia de Avada Kedrava, enfim, tirando os defeitos, esse é o melhor dos primeiros quatro livros.