TUDO PRA MIM!!!! História de amor épica demais!!! Esse não era o livro que eu esperava, mas era MUITO MELHOR!!! O tanto que esse casal tem química, fazia tempo que eu não lia um casal tão fofo, um jeito tão bonito de se apaixonar! Captura tão bem a sensação de encontrar espaços no mundo nos quais a gente é só a gente e somos amadas por isso, essa sensação de criar famílias com outras pessoas ❤️
Me fez olhar mais pro céu, pras estrelas. Pela Joan ❤️ bonito demais, chorei em público lendo o último capítulo, cara, que força da natureza é amar. Agora, o tanto que eu queria um epílogo....
Uma celebridade famosa da música que vai encontrar refúgio em uma cidadezinha de interior. Esse é um plot dos clássicos e que sempre funciona para mim, então é de se surpreender de que Amor em Roma esteja entre os que eu gostei menos (a ver). Obviamente não é por conta do plot.
Eu achei divertida a ideia de a personagem, uma grande fã de Audrey Hepburn, imitar a personagem da atriz no filme A princesa e o plebeu fugindo pra Roma. Tava pronta pra um romance na Itália e de repente ela vai para... Roma, Kentucky, uma cidadezinha de interior. Me traz conforto esse tipo de história sobre gente muito famosa encontrando felicidade nas coisas simples, aiai.
Então por que eu não gostei tanto assim?
Principalmente porque o livro não nos leva a entender porque os dois se apaixonam. Eles ficam a fim um do outro muito rápido baseado em... como o outro é gostoso. Ou mal-humorado? Os dois vão reforçar o quanto estão atraídos um pelo outro o livro inteirinho, o que é meio cansativo, tipo, quantas vezes e de quantas maneiras você consegue falar que um cara é grande, musculoso, bronzeado e loiro? Eles passam quase o livro inteiro fechados emocionalmente um pro outro, então realmente é difícil comprar esse amor todo. Fica raso.
Esse aqui é um daqueles livros pra se acabar de chorar, mas também é importante ter esses momentos, né? O parque das irmãs magníficas (Las Malas em sua versão original) é uma mistura de muitas coisas e pode despertar muitos sentimentos durante sua leitura. É um livro belo, triste, fantasioso, de uma violência gigante, mas de pausas pra delicadeza. Tipo aquela analogia à flor nascendo no asfalto, sabe?
Misturando as memórias da autora de sua própria vida e amigas com o universo da fantasia, O Parque das irmãs magníficas vai contar a história da autora, travesti de um povoado de Córdoba, que chega à cidade grande aos 18 anos para estudar Comunição Social na universidade. Um dia, voltando para casa, um carro a para e o motorista pergunta quanto ela cobra. Camila nunca tinha feito um programa antes. Porém, sem ter outros meios de ganhar dinheiro, envereda para o destino que surge como alternativa para as travestis: a prostituição.
A partir desse momento, ao procurar zonas vermelhas da cidade, Camila vai para o Parque Sarmiento e conhece um grupo de travestis e prostitutas que se tornam a sua família. São essas as personagens que vão acolhê-la, protegê-la, cuidá-la, ensiná-la e nutri-la do afeto que tanto foi ausente em sua vida. Esse grande plural, a história de todas elas, é do que o livro vai tratar.
Em uma entrevista, porque eu estou completa e tardiamente obcecada por ela, a autora disse, em tradução livre feita por mim “Se existia uma menira de falar das travestis sempre foi um plural enorme, que contradiz à solidão sentem”.
O livro é um relato muito forte e potente, infelizmente ainda muito contemporâneo, com passagens pesadíssimas, que fazem arrepiar os pelinhos e arder o nariz das lágrimas prestes a escorrer, sobrepostas àquelas pequenas alegrias da vida cotidiana. Porque há muita tristeza e sofrimento, porém, como diz uma das personagens do livro, ‘ser travesti também é uma festa'.
A escrita de Camila é uma preciosidade sem precedentes. De uma força avassaladora. Uma sinceridade tocante e uma imaginação fabulosa que tem a sensibilidade de traduzir sentimentos e sensações em seus seres mitólogicos ou mágicos. Nas palavras da própria autora, numa tradução livre feita por mim “Uma das coisas que me interessava era poder falar das travestis de uma forma espiritual e para isso a fantasia servia bem”.