“J'ai alors compris qu'un homme qui n'avait vécu qu'un seul jour pouvait facilement vivre cent ans en prison. Il aurait assez de souvenirs pour ne pas s'ennuyer.”
Quero começar por escrever que não terminei o livro e que desisti no capítulo 4. Por isso, esta opinião do livro não tem valor nenhum comparada com a dos leitores que o leram. Ainda assim, decidi partilhar a minha experiência de ler estes quatro capítulos, que, como podem ver pela nota, não foi positiva.
Antes de abrir o livro, tinha grandes expectativas. Diziam que era dos melhores livros do século XX e uma das melhores distopias já escritas. E mal acabei de ler o primeiro capítulo, tive uma desilusão que nunca senti (a ler). O principal problema que encontrei no livro, no pouco que li, foi a escrita. Achei-a demasiado descritiva. Isto não é necessariamente uma coisa má, mas as descrições, nesse tipo de livros, têm de ter beleza. Dando como exemplo Os Maias, de Eça de Queirós, que é um livro Realista, mas as descrições são de certa forma poéticas, com um simbolismo que flui, e que torna o texto elegante e agradável de ler. Aqui é o oposto. Pareceu que estava a ler um ensaio jornalístico, com descrições 100% exatas, que não nos transmitem nada. A simbologia é forçada, e tudo parece ter valor simbólico — o que não faz com que o texto seja profundo, apenas que o que deveria ter mesmo valor simbólico acaba por passar despercebido. O vocabulário é rico, mas no mau sentido. As palavras “difíceis” são utilizadas para essas descrições científicas, tendo, por isso, o contrário de estético e sem propósito de ter essa variedade de vocabulário.
E foi isto que contribuiu para a minha desistência — a primeira e espero que última. O livro não se conectou nada comigo, e isso é grave, a tal ponto que a desistência era a única opção. Não houve o que se pede a um livro: transmissão de emoções ou transmissão de algo. Apenas palavras. E eu, quando leio, não quero ler palavras, quero ler o que tem o poder de me fazer sentir. Este livro não fez