João Gaspar Simões has written at least 5 books. Their most popular book is Vida e Obra de Fernando Pessoa with 1 save with an average rating of -⭐.
They are best known for writing in the genres Classics and Fantasy.
João Gaspar Simões (Figueira da Foz, 25 de Fevereiro de 1903 — Lisboa, 6 de Janeiro de 1987) foi um novelista, dramaturgo,biógrafo, historiador da literatura portuguesa, ensaísta, memorialista, crítico literário, editor e tradutor português.
João Gaspar Simões nasceu a 25 de Fevereiro de 1903, em São Julião, Figueira da Foz, distrito de Coimbra.
Filho de João Simões, grande comerciante da Figueira da Foz, e de Constança Neto Gaspar, doméstica, foi baptizado a 18 de julho de 1903. Fez a instrução básica na sua terra natal, a Figueira da Foz e a partir dos 11 anos frequentou como interno o Colégio Lyceu Figueirense (1914), terminando o ensino liceal em Coimbra, no Liceu José Falcão.
Em 1921 matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra mas interrompeu por diversas vezes o curso, que só concluiu no ano de 1932. Nunca exerceu profissão na área jurídica, mas tinha o sonho de ser diplomata.
Durante os seus anos de estudo fundou algumas revistas literárias de grande importância para a cultura portuguesa: de 1924 a 1925 a revista Tríptico, com Branquinho da Fonseca (seu condiscípulo dos tempos do liceu) e Vitorino Nemésio, entre outros; nos seus 9 números colaboraram também Aquilino Ribeiro, José Régio, Alberto de Serpa, Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes; e de 1927 a 1940 foi um dos fundadores e dirigiu até ao seu último número (56) a revista Presença, em parceria com José Régio, Adolfo Casais Monteiro e Branquinho da Fonseca, que estaria na origem do movimento literário do mesmo nome, também chamado Segundo Modernismo, que viria a ter enorme influência na literatura portuguesa. Foram colaboradores doutrinários do "presencismo", entre outros, Delfim Santos, Alberto de Serpa, Luís de Montalvor, Mário Saa, Raul Leal e António Botto. A ação dos 'presencistas' foi fundamental para o estudo e valorização do Primeiro Modernismo de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros. Também colaborou nas revistas Princípio (1930) e Sudoeste (1935) e ainda na revista Mundo Literário (1946-1948) na qual se encontram alguns ensaios, contos e críticas literárias da sua autoria.
Fez tirocínio para Conservador do Museu Machado de Castro em Coimbra e nessa qualidade transferiu para esse Museu a valiosa coleção de antiguidades chinesas doada pelo poeta Camilo Pessanha e que se encontrava em depósito no Museu das Janelas Verdes, em Lisboa. Foi Presidente da Associação Académica de Coimbra em 1930-31. A partir de 1935 foi revisor da Imprensa Nacional passando para a Biblioteca desta instituição em 1940. Entre 1942 e 1945 dirigiu o programa de traduções da casa editora Portugália, em Lisboa.
Uma das facetas mais importantes da sua obra de crítico e de editor foi a de ter sido o primeiro biógrafo e também o primeiro editor (com Luís de Montalvor) de Fernando Pessoa, de quem tinha sido amigo e correspondente. No domínio da literatura estrangeira divulgou e traduziu vários autores russos e anglófonos, entre eles Dostoiévski, Liev Tolstói, George Eliot, Jane Austen e Elizabeth Gaskell (novelista também celebrizada por ter sido a biógrafa de Charlotte Brontë e cuja obra foi publicada por sua iniciativa na Portugália), combatendo o "francesismo" então reinante e contribuindo para a ampliação dos horizontes literários e estéticos do mundo lusófono e a europeização da então muito provinciana cultura portuguesa. A partir de 1946 finalizou a sua carreira de romancista para iniciar a sua produção dramatúrgica. A sua obra crítica é respeitada pelo seu vasto espírito enciclopédico e pela pertinência dos seus julgamentos, ainda que por vezes fosse julgada demasiado dependente do historicismo e biografismo.