Há sempre uma morte que nos aguarda à nossa frente, um gesto morto, uma pessoa morta, um livro lido, uma palavra apagada, tenho de lutar todos os dias contra essas mortes, nem a memória me é consolo, de vez em quando perguntam-me: estás com pena de ti próprio? e eu respondo-lhes: e então? não me lembro de ter dormido com uma mulher, não me lembro de ter dormido com um homem, lembro-me de serem enormes as camas onde dormi, nunca vi um corpo nu, real, à minha frente, a única pele que toco é a minha, as pessoas nem sequer me apertam a mão, dizem-me: como estás? e passam-me ao lado, já estive +ara comprar uma boneca insuflável.
- são enormes as bonecas, mano,
- não há bonecas para anões.
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