Partindo do princípio de que a literatura, apesar da sua “origem histórica, crescimento e evolução com fases, (...) está por fora” na “história da humanidade”, porque esta “não passa de metáfora estatística, metáfora do tempo linear, que se supõe que flui em linha recta e produz os eventos”, Alberto Pimenta elabora uma notável obra ensaística de dimensão excepcional e originalidade única na literatura crítica portuguesa. Com uma erudição admirável, o autor reflecte em roda de 22 vocábulos que passam por “o louco”, “a justiça”, “a roda da fortuna”, “o imperador”, “o sol” ou “o diabo” (a sequência das cartas do Tarot), relacionando nas suas reflexões referências aparentemente tão díspares e distantes quanto os textos bíblicos, a literatura helénica, a filosofia de Adorno, Wittgenstein, Kant ou Sartre, a ficção de Eça, Flaubert ou Thomas Bernhard, a arte de Kandinsky, Klee ou Leonardo, etc. Uma obra que vai para além da teoria literária, que vai para além da filosofia, que vai para além da literatura, uma obra que ultrapassa consecutivamente as barreiras do pensamento e se dissolve na magia, “a magia guardada em 22 letras, e seus traços de união.”
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