Ratings9
Average rating4.2
3.5★
Não amei de tudo, e não achei tão bom quanto os demais em vários níveis, por mais que seja um dos volumes com mais camadas.
São muitos pontos de vista. Nya e Jojo pode ser considerados amor a primeira vista?
Nossa, preciso pensar.
Tem algum trigger warning nesse volume que ainda não me fez digerir bem todo o ocorrido, por mais que a história seja adorável a sua maneira.
· Acho que agora conseguirei escrever algo coerente.
O terceiro e último volume da série foi menos do que eu esperava. Talvez porque tivemos pouco contato com a Nya e uma “péssima” impressão do Johan nos dois volumes anteriores- digo isso porque é muito difícil você se manter em um papel completamente fútil como Jojo se propôs a ser sem que isso interfira em seu psicológico de forma irreversível (além da necessidade de ser um excelente ator). Isso na vida real.
No livro, a intenção foi romantizar a ideia de “ser você mesmo e sentir-se a vontade com a pessoa pessoa certa”, um pouco intenso demais, mas apropriado para o padrão estabelecido de personagem em Nya - uma jovem capaz, madura e consciente, mas inexperiente quanto aos assuntos da vida e com um pezinho na imaginação, muito mais confortável que a realidade que a cercava.
Espero que isso faça sentido.
Então que o romance entre eles se desenvolve gradual, pero no mucho, e satisfatório.
Os “interlúdios”/início de capítulos com pequenos relatos do diário da rainha e dos contos para crianças (ou lendas de Thesolo, se preferir) foram minhas passagens favoritas do livro. E Jojo aparecer no jardim com a máscara como o Deus Raposa, uma ideia romântica e simples que fez minhas esperanças por romance contemporâneo voltarem a brilhar. Mesmo que intercalado com as perturbadoras entradas dos tabloides de fofoca.
Outro ponto positivo dos livros da autora é a abordagem de todas as formas de amor e da pluralidade das personagens com grande naturalidade. Lucas foi a melhor surpresa desse volume. Lembrou-me um pouco de JVN.
O casamento de Thabiso e Naledi era o evento mais aguardado da série, quando teríamos todos reunidos e toda a finalização de um conto de fadas inusitado. Mas não só isso: o o momento de reunir todas as personagens e ter aquele momento combo maravilhoso de entrega das amizades. senti que, para meu gosto, foi muito mal explorado. E que poderia ter sido feito sim, sem qualquer dano ao desenvolvimento do romance central.
Senti falta da participação das meninas - Portia e Naledi - nas decisões românticas de Nya como ocorreu nos outros volumes. Ainda mais, pelo background de um noivado de mentira que virou real, estabelecido pela autora - como uma síndrome de Estocolmo só que com o consenso de noivar com seu raptor em um momento de pressão. Bem como dos meninos que, ao que parece, viraram o lado masculino do Charle's Angels do livro (me refiro ao momento no qual SwordBae, Thabiso e Jojo estavam conversando sobre o noivado relâmpago).
Quanto ao trigger warning que comentei acima, cheguei a plana conclusão que foi a manipulação que Nya sofria do pai, as mentiras, o controle, as ameaças, a inferiorização de sua personalidade e capacidade, e o doloroso reencontro com ele que trouxe mais dissimulação - por parte dela também, como moeda de troco - e acredito que esperava algo diferente disso. Esperava um tratamento psicológico na cadeia para uma pessoa tão errada (e política) quanto o pai de Nya. Talvez parte da minha aversão tenha se dado pelo momento político que meu pais se encontra, no qual pessoas retrogradas e com os mesmos pensamentos mesquinhos do “vilão” do volume tinha, estão rondando as esferas de poder do país.
E isso é de enojar.
E talvez porque por haver tanta política e paparazzi e mentiras, e essa mania humana de tornar famosos em entidades e fofocas em verdades pelo simples denegrir da imagem (para um retorno monetário) de outros, deixou esse livro cansado nesse sentido.
O que me fez esperar por um approach romântico mais significativo; por mais que tenha sido remendado, em parte, pelo melhor epílogo, melhor mesmo. Bem a cara de romance de época, com clichês, é claro, mas conclusivo.
E este foi o porco resumo que me fez pensar demais nesse livro, mais talvez do que o gênero propõe que se faça.