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Apresento-te caro leitor, o senador Boécio, um homem que foi rico e poderoso, que é extremamente culto, mas que agora está a escrever o texto da Consolação no despojamento de um cárcere sombrio e com a perspetiva provável da sua execução, pois tem perfeita consciência de que a acusação de traição que sobre ele impende lhe pode acarretar a morte. Corre o ano 524 d. C. o facto de estas serem as palavras de um homem que está no "corredor da morte", sem esperança de reabilitação e de regresso ao se anterior estatuto de poder, glória e riqueza, dá-lhes um peso especial, pois têm a liberdade e a franqueza derradeiras que só as palavras dos condenados podem ter. Nesta masmorra, Boécio, inicialmente dominado pelo desespero e pela prostração, vê aparecerlhe uma figura feminina, a Filosofia, que representa o melhor da sabedoria antiga, se não é, como diz Abelardo, um alter ego do próprio Boécio, que vai conversando com ele, procedendo a uma indagação racional das questões fundamentais e perenes da condição humana, na sua busca de felicidade e de compreensão no mundo.
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