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Average rating3.6
I need to think a little before reviewing it. But is undeniable well written book.
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Pt: Ao começar o livro, confesso que não entendia nada. Pensei, sem sombra de dúvida, que leria contos descontextualizados do começo ao final.
Me chamava mais a atenção as frases “e contava contos para as pessoas” e “essa é a menina que conta contos” e me perguntava quais foram as histórias que ela inventou daquela vez que conquistaram a todos e a fazia se transportar daquela vida sofrida, mas que levava com grande leveza.
Porém, com a chegada do turco, e ao mencionar que ele apenas contou as suas aflições a primeira mulher que l beijou na boca, ou a passagem de Ralph - que muitos anos depois se despertava, ao lado da mulher que amava, assustado a noite com as lembranças de infância - sobre seus medos íntimos, percebi que apenas você sendo esta mulher que seria possível conhecer essas histórias tão íntimas para contá-las. Então aguardei ansiosamente até o momento que tudo se interligava e faria sentido.
Eva Luna em si, não era a personagem que mais brilhou nesse livro. Mesmo vestindo minha capinha de um século anterior, para alguém tão experiente e vida, com muito a ser compartilhado, visto e ouvido, admitir algumas situações - como o relacionamento abusivo com Naranjo - amorosas, por maior o amor envolvido, não eram “engolíveis.”
A personagem mais surpreendente foi Mimi. E aquela com os melhores e mais realistas discursos, seja em guerra civil ou não.
Quando tudo faz sentido, graças a insistência de Mimi, Eva Luna decide por ser escritora. É quando, na minha parca opinião de leitora... foi uma das passagens mais bonitas que já li/ouvi da representação do processo criativo, do momento da escrita de como, quando estamos escrevendo recordações, histórias ou estórias, o lúdico e o real se misturam, se cruzam nas palavras e tomam forma, corpo.
Tenho tomado gosto por Isabel allende e espero que seus outros títulos tenham tanto ou mais realismo fantásticos como esse teve.