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“A diversão de bater e sovar uma massa quente e cheia de fermento? Uns vinte dólares eu diria. Aquele café perfeito? Eu pagaria 75 dólares com prazer por ele. A expressão no rosto de Reyn quando me viu trabalhando na cozinha ao nascer do dia? Não tem preço.”
Page 60 - Love it <3
Review - Up!Brasil - http://up-brasil.com/resenha-de-livro-amada-imortal-cate-tiernan/
Em algum momento desse ano, eu disse que gostaria de tirar férias de ler séries, mas nesse exato momento estou radiante por não ter cumprido esse desejo. O primeiro volume da trilogia de Cate Tiernan veio como uma rajada refrescante de originalidade.
Tudo bem que já lemos outras histórias envolvendo imortais, mas ao contrário da maioria, dessa vez o componente que fez a diferença é exatamente o fato de que todas as centenas de anos vividos pelos personagens cobra o seu preço – e não de uma forma suave. A história da imortal – e perdida – Nas foi capaz de me cativar e envolver durante as mais de duzentas páginas do livro. Nastasya possui um dos traços de personalidade que mais me agradam em um personagem: sarcasmo. A garota – que de garota só tem a aparência – é tão ácida em suas falas e pensamentos que em diversas vezes o leitor se pega revezando entre gargalhadas e lágrimas, afinal, a vida que ela custou a enterrar no passado não foi um mar de rosas.
A diversão de bater e sovar uma massa quente e cheia de fermento? Uns vinte dólares eu diria. Aquele café perfeito? Eu pagaria 75 dólares com prazer por ele. A expressão de Reyn quando me viu trabalhando na cozinha ao nascer do dia? Não tem preço. (pág. 60)
Não resisti em colocar esse trecho pois me lembra daquela propaganda de um cartão de créditos (Mastercard, você também se lembra, vai... ) e me diverti muito no momento em que o li, cheio do sarcasmo de Nas.
Ao fugir de seus antigos amigos, principalmente de Innocencio, Nas só encontra como saída ir para a casa de River, outra imoral que anos atrás ofereceu seu lar de reeducação para imortais como abrigo para ela. Em River's Edge uma nova fase começa para Nastasya e enquanto faz amizade com outros imortais e encontra um emprego normal em uma loja na pequena cidade, seu passado começa a ressurgir e ameaçar.
Reyn foi com certeza um dos melhores personagens do livro, o deus viking (como Nas o chama, ainda sem saber de sua real origem – que combina perfeitamente com o apelido) parece ser tão distante e controlado, mas ainda assim não consegue resistir à Nas na mesma intensidade em que ela fica balançada. Mas uma história que se preze sempre tem um triângulo amoroso e Nell faz seu papel muito bem – a moça que se faz de inocente e esconde inveja realmente me surpreendeu no final da trama.
Amada Imortal traz uma narrativa cheia de intrigas, personagens bem formados e magick – isso mesmo, magick e não mágica, mas isso não significa que não é a mesma coisa – e, é claro, romance. Até mesmo os professores de Nas tem características bastante aprazíveis. Com boas jogadas e personagens secundários – e terciários – que mostram o porque de estar ali, não consegui desgrudar de suas páginas enquanto não terminei a historia. Solis, Brynne, Asher, Dray, Meriwether e todos os outros ensinam, mesmo sem perceber, mais coisas para Nas do que ela jamais imaginou ser possível. Ao longo das semanas, ela volta a se importar com outras pessoas e, finalmente, com si própria. É hora de tomar em suas mãos o passado e encarar os desafios que virão no futuro – e acho que apesar dos erros durante o caminho, a herdeira da Casa de Úlfur irá dar conta do recado.
E me deixe dizer uma coisa, já estou morrendo para ler a continuação, Darkness Falls, e só posso torcer para que seja lançado logo – logo mesmo. Não deixe de ler!