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Numa sexta-feira 13, em 1963, sete pessoas morrem em Antares. Mas os coveiros estão em greve, e os defuntos, insepultos, vagam pela cidade vasculhando a intimidade de parentes e amigos. Em sua condição de fantasmas, podem denunciar à vontade os segredos dos mandantes locais. Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos. Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade. Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo. "Desta vez abri a veia da sátira e deixei seu sangue escorrer livre e abundantemente." - Erico Verissimo * Leitura obrigatória do vestibular da Fuvest.
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Achei meio sem sentido até o meio, quando os defuntos de fato começam a atuar e alguns dos pontos anteriores fazem eco. Me lembrou Garcia Marquez.