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Eu sempre tive receio de começar Mistborn, mesmo tendo quase certeza de que amaria, e sempre dizia pra mim mesma que tinha que esperar o “momento certo” e bla bla bla. Bom, o momento certo demorou quase 3 anos após minha compra do box, mas finalmente veio aí. Menção honrosa à leitura conjunta do catarse do Victor Almeida (GF), em que estamos fazendo a leitura de toda a cosmere (sim, tem muito chão pela frente ainda...)
“O Império Final” em sua essência tem uma premissa bem simples e que já vimos mil vezes: O grupo dos bonzinhos (Kelsier, Vin & co.) tentam derrubar o vilão (Senhor Soberano) que deixa a nobreza reinar e oprime grupos de pessoas menos privilegiadas. Porém em cima dessa premissa simples o Sanderson começa a jogar vários elementos, detalhes, mistérios e reviravoltas que faz com que o livro seja impossível de largar.
O sistema de magia da alomancia e feruquemia são incríveis e o Sanderson fez um ótimo trabalho na criação de um sistema tão intricado e que torna as cenas de confrontos muito emocionantes.
Gostei que muitos dos personagens do livro tiveram uma caracterização decente, ao invés dele só dar atenção para Kelsier e Vin. Óbvio, sabemos bem mais sobre o passado dos dois personagens principais do livro, mas os personagens secundários possuem personalidades bem diferentes e as decisões e reações deles na história condizem com o que esperaríamos depois que conhecemos eles um pouco.
A parte do livro onde a gangue está tramando se infiltrar entre os nobres me lembrou muito os plots de Locke Lamora. De certo modo, o Kelsier também me lembra o Locke (um Locke que não tem medo de matar...) e isso ganhou muitos pontos positivos comigo. Adoro essas tramas de infiltração, guerras entre nobres, etc.
De algum jeito eu consegui evitar spoilers de Mistborn toda minha vida então não fazia NENHUMA idéia dos maiores acontecimentos do livro, em especial tudo que acontece lá pro final. Os 90% pra frente são arrebatadores, é soco no estômago e revelação pra tudo que é lado. O homem não tem piedade do leitor!
O número de páginas da trilogia assusta, mas eu achei a leitura incrivelmente fluída. Se contar só o tempo que sentei pra ler mesmo, passou num piscar de olhos (demorei mais porque tinha dias que eu não lia nada ou lia outros livros). Se calhamaços te intimidam, fique tranquilo porque esse aqui não é uma leitura demorada. Na verdade, apesar do monte de violência descrita, a escrita é bem jovem, o que eu acho que contribui com a fluidez da leitura. O que mais empaca de primeira são as regras da alomancia, os diversos metais e seus respectivos poderes e como usá-los. Mas simplesmente siga lendo pois eles usam alomancia extensivamente, principalemente durante o treinamento da Vin, onde personagem e leitor aprendem cada metal em detalhe juntos.
Podem ter havido coisas no livro que me incomodaram ou que achei mais ou menos, porém seriam reclamações minúsculas comparadas a todas as coisas que o Sanderson acertou na história.
Estou muito ansiosa pra partir pra “O Poço da Ascensão”, espero continuar em dia com a LC para conseguir concluir a trilogia esse ano :D