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Com desenhos de Taniguchi “O homem que passeia” é formado por oito passeios de um mesmo homem por sua cidade japonesa. O quinto passeio, “Os pepinos amargos no meio da noite”, é bem emblemático da maneira taniguchiana de pensar a (ou passear pela) vida. Começa com uma visita à casa de um amigo, que termina às 3 da madrugada. Nosso querido passeador resolve voltar para casa a pé, caminhada que levará uma hora e quinze minutos. Há algum suspense no ar: pepinos amargos e a travessia de ruas desertas. Mas nada de ruim acontece. Apenas reflexões ambulantes sobre a cidade que dorme e o amigo que acaba de se separar da mulher. Tudo menos dramático que o som do mergulho de uma rã ou o movimento sutil do pousar de uma borboleta em haiku mais que perfeito e tranquilo. Essas qualidades de Taniguchi, mais sua sensibilidade diante daquilo que existe de poesia na banalidade do cotidiano (tanto na natureza quanto na cidade), já produziram uma legião de admiradores para sua obra, como o cineasta belga Sam Garbarski, que levou para as telas – em 2010 – um de seus mangás, Bairro Distante.
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