Ratings1
Average rating5
Eu estou querendo fazer essa resenha desde a Comic Con Experience do ano passado – mas precisava do livro para ler antes (hehehe). Mas vamos ao que interessa, ganhei Os Molambolengos há algum tempo (e se você me acompanha no snapchat deve ter visto os muitos segundos de felicidade por isso) e acabei deixando para fazer sua resenha depois que estivesse com tudo organizado na minha vida (o que, realmente, não vai acontecer nunca).
Os Molambolengos (que, por sinal, é um nome ótimo) é uma fábula escrita por Evangeline Lilly – sim, aquela moça bonita e super gentil que fez a Kate em Lost e a Tauriel em O Hobbit – e ilustrada por Johnny Fraser-Allen, que trabalhou em As Crônicas de Nárnia (clique aqui para ver o seu DeviantArt). O livro possui uma edição muito rica em detalhes: a capa é dura, com tratamento especial na ilustração da menina na capa e na foto da autora na contracapa.
Em suas linhas rimadas, acompanhamos Selma, uma mocinha mimada, durante sua visita ao espetáculo de uma banda de marionetes, os molambolengos – visita essa que tem uma reviravolta e culmina em uma lição de moral (que eu não vou te contar, para não estragar a história), como toda boa fábula deve terminar.
Eu, particularmente, gostei muito. A narrativa, mesmo sendo para crianças, não tem medo de ser sombria e estranha (e excêntrica também, o que me lembrou um pouco das versões originais dos contos de fada), nem de fazer te sorrir com características específicas de um comportamento errado (por exemplo, com Gilda Gananciosa, que é uma ladra). E com isso preciso falar dos personagens. Quando Selma entra na carroça dos molambolengos e o show começa, cada um deles aparece e sua breve história é contada, sempre de forma rimada. Do Papai Pedante a Marta Muda, todos eles possuem em seus nomes e características alguma coisa que nos dá uma pista do que pode acontecer no final (“Eles têm seus defeitos, Mas ninguém é perfeito,”) – e, é claro, tudo faz parte da atmosfera um pouco macabra do lugar.
Sempre que leio livros traduzidos fico me perguntando o quanto de trabalho a tradutora teve para ser “fiel” ao original e fazer sua versão do texto para o nosso idioma, no caso de Os Molambolengos sempre me pego pensando uma e outra vez que deve ter sido um pouco mais trabalhoso traduzir, fazer uma versão e coincidir as rimas – porque o resultado aqui foi muito bom!
Outro ponto que não posso deixar de comentar são as ilustrações. O traço de Johnny Fraser-Allen é muito bonito, as cores que ele usou complementaram a atmosfera que a autora criou em suas linhas e o efeito de páginas envelhecidas e aquareladas me deixou apaixonada – existem momentos em que abro o livro apenas para ficar olhando suas ilustrações.
Vou parar a resenha por aqui porque mesmo ainda tendo muita coisa para comentar, tenho a impressão de que se escrever mais, acabarei contando detalhes da história que podem tirar a diversão da leitura. Assim, me resta dizer que Os Molambolengos, com suas ilustrações, suas rimas, seu tom sombrio e aquela mistura de fantasia e realidade, envolve (e encanta) o leitor de todas as idades sem fazer muito esforço.