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Em novembro de 2009, a revista 'Novos Estudos', do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), publicou um artigo de André Singer que, segundo o autor, já se tornou um marco da ciência política brasileira. Escrito durante o auge da popularidade desfrutada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 'Raízes sociais e ideológicas do lulismo' analisava o realinhamento eleitoral ocorrido no país durante o pleito de 2006. O subproletariado - a massa de dezenas de milhões de pessoas excluídas das relações de consumo e trabalho, e que sempre havia se mantido distante da ameaça de 'desordem' representada pela esquerda - aderiu em bloco à vitoriosa candidatura à reeleição. Ao mesmo tempo, a classe média tradicional se afastou de Lula e do PT após as denúncias de corrupção que originaram o caso do 'mensalão'. Invertia-se, desse modo, a trajetória eleitoral do partido e de seu principal líder, até então apoiados majoritariamente pelos eleitores urbanos e pelos estratos sociais de maior renda e instrução. Neste ensaio o autor se propõe a explicar como a manutenção da estabilidade econômica e as ações distributivas patrocinadas pelo Estado estão na raiz do massivo apoio das classes populares a Lula - e, a partir de 2010, de Dilma Rousseff.
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