Ratings2
Average rating4.5
É estranho pensar que o HIV ainda seja um tabu em 2019. Estranho, mas não surpreendente. Lembro de ouvir falarem da Aids na TV quando eu era criança. Ouvia sobre as DSTs e tudo parecia tão distante. As pessoas não querem tocar nesse assunto, não pensam muito nele, não querem admitir que ele existe e pode estar próximo. Acho que essa é a força de Você tem a vida inteira.
Não sou especialista em livros YA, mas a impressão que tenho é que muitos autores queer também fogem desse assunto. Histórias de gays com HIV ou Aids são, em parte, na minha experiência, encaradas como histórias sobre o Holocausto ou a escravidão: muita gente pensa que não são mais necessárias, que são batidas. Mas eu olho em volta, olho para tudo o que está acontecendo no mundo, e me pergunto se é esse o caso. Falando especificamente da comunidade LGBT e da Aids, quantas pessoas a gente conhece que sabem do peso da epidemia? Do estigma? Medo não é informação. É importante falar disso porque as pessoas estão se esquecendo. A epidemia da Aids foi um golpe imensurável na comunidade, mas as pessoas não se lembram mais.
Falar do HIV nunca vai deixar de ser importante.
Enfim, são quase três da manhã, não sei se estou falando coisa com coisa. Só queria deixar aqui que, mais do que nunca, esse livro importa. Livros assim importam.
Menos o Victor. Moleque mimado insuportável.