Eu Te Darei o Sol
2014 • 384 pages

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Originalmente em http://www.vickydoretto.com

Confesso que saber que a NC lançaria mais um livro da Jandy Nelson me deixou muito ansiosa (“Caramba, é a autora de O Céu está em todo lugar! Eu AMO esse livro! D:”) - o que desencadeou aquele ciclo já bem conhecido de ir procurar resenhas e posts no tumblr sobre ele como se não houvesse amanhã. O resultado dessa busca frenética foi que eu estava um pouco mais preparada para o que encontraria nesta história quando o livro chegou.

Mas preparada ou não, eu havia me esquecido de um ponto muito importante: se tem uma coisa que Jandy Nelson sabe fazer durante a narração de uma história, é envolver o leitor. Me peguei envolvida na história de uma forma tão grande que chegou a ser angustiante. Eu não conseguia parar de ler porque sempre precisava de mais, precisava saber o que viria a seguir. E no final, eu percebi que estava apaixonada pela história. (o que, sendo completamente honesta, é incrível)

Eu te darei o Sol trabalha com o ir e vir entre os irmãos Noah e Jude, são seus setimentos e suas formas de ver o mundo que nos pegam pela mão e nos conduzem através das páginas. É essa estrutura diferente - quando Noah está narrando, eles têm 13-14 anos e quando Jude narra há um salto de três anos, pois ela já está com 16 - que permite ao leitor ver o peso que certos acontecimentos têm na vida (tanto é que os dois passam de “super amigos” para quase estranhos, que mal conversam).

Com esse dois fios condutores, tanto a visão de Noah quanto a de Jude acabam se completando - tudo o que Jude impõe a si mesma como forma de punição e até mesmo a escrita de forma enigmática cheia de floreios imaginativos (ou nem tanto?) e as legendas das cenas como pinturas que acompanham a parte de Noah, são reflexos de suas personalidades, de acontecimentos e sentimentos que molda o quadro geral do “agora” ao final do livro.

Fiquei dividida em vários momentos e algumas coisas específicas me incomodaram um pouco (como as aparições de Oscar, a trsnformação do pai e a falta de conversa para colocar os pintos nos is - nos pouparia muito drama se um personagem apenas aparecesse para conversar com outro em momentos de tensão e clareasse o ar), mas de forma geral, o romance ganhou meu coração. E me fez chorar [não que isso seja uma grande novidade].

Nelson escreve de forma envolvente, trabalhando cada personagem e cada linha de forma que tudo na trama funcione. E funciona. O texto é bastante expressivo, cercado de nuances como uma pintura mesmo. Todas as descrições, metáforas e cenas se encaixam na temática de quebra e reconstrução - de tudo: relacionamentos, família, arte, vida. É um romance incrivelmente trabalhado, bem escrito e bonito. Eu não tenho palavras para tudo o que gostaria de escrever sobre ele, mas essa resenha deverá bastar por enquanto.

July 12, 2015Report this review