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Um exercício em suspensão de descrença. Um pouco como a Metamorfose de Kafka, o fantasioso aqui acontece sem causa ou explicação visível. Apenas as consequências do ocorrido são relevantes, o que dá aos acontecimentos da trama uma luz que só o realismo fantástico consegue trazer.
Mesmo com a atmosfera regada a hierarquismo russo, a fluidez do nariz de objeto a duplo a prêmio, ou a nova visão de mundo do protagonista após reganhar sua apreciação à vida, o ponto alto da minha leitura se deu perto do fim, com a crítica de Gogol à veracidade da própria história, apesar de que “incidentes semelhantes acontecem no mundo; é raro, mas acontecem”.
Além disso, a edição da Antofagica foi, como sempre, de grande ajuda para uma melhor apreciação da obra.