O Substituto

Há dois anos, quando lançado nos Estados Unidos, O substituto, de Brenna Yovanoff, já era muito esperado pelos leitores. Após várias resenhas positivas e ótima repercussão nas redes sociais, o livro causou um grande alvoroço e caiu definitivamente nas graças do público. Aparentemente, parece apenas mais uma ótima história de terror e de suspense. É muito mais do que isso: é também uma história de amor acerca das provações de um jovem em busca de seu próprio entendimento e da aceitação de suas características. Lugar-comum? Acrescente, então, o fato de que esse rapaz vem de um mundo sinistro, obscuro e não humano. Mackie Doyle não é normal. Ele vive na pequena cidade de Gentry, mas vem de um mundo de túneis e águas escuras e lamacentas. Ele é um substituto — deixado no berço de um bebê humano há dezesseis anos. Agora, em virtude de uma alergia fatal a ferro, sangue e solo consagrado, Mackie está morrendo aos poucos no mundo dos homens. Essa iminente morte faz com que ele saia de seu casulo e vá em busca de respostas. Nessa cidade onde crianças são trocadas quando pequenas por seres do submundo, substitutos são seres conhecidos, embora não assumidos. Muitas famílias já passaram por isso, mas não conseguem entender o motivo. E, para não confrontarem a realidade, aceitam sem reclamar. O impressionante é que a troca é facilmente notada, mas, talvez por resignação, a passividade da cidade é tão grande que ninguém faz nada para mudar. Parece loucura? As aparências enganam. O substituto apresenta a bonita e comovente história de autoconhecimento do protagonista, um jovem em busca de explicação para suas origens e de aceitação por parte de seus semelhantes humanos. De um menino introvertido e medroso, que tem apenas o apoio da amável irmã e de um fiel amigo, a um homem corajoso, conhecedor de seus limites e de suas características peculiares. Algumas situações certamente comoverão os leitores: a relação de Mackie com sua irmã, Emma, que, mesmo sabendo da verdade, nunca deixa de amá-lo; a descoberta da paixão pelos jovens; a exclusão por que passa o protagonista até entender realmente o que ele é; entre outras. Apesar dos seres de outro mundo, O substituto não é a história de um herói fantástico ou paranormal, como um vampiro, um zumbi, um anjo ou um alienígena. É o retrato fiel da sociedade atual, onde milhares de pessoas sofrem com problemas de relacionamento e exclusão, e, por medo e vergonha, acabam se fechando em seu próprio mundo. Para piorar, familiares e amigos fingem não ver o problema, assim como os personagens do livro fingem não perceber as estranhezas de Gentry. No fim, uma certeza: os leitores vão se identificar com Mackie Doyle e amá-lo. “Adorei o livro! Mackie Doyle é um dos heróis mais doces e estranhos que eu já vi. Ele me encantou, e a história me fez perder o sono!” - Lauren Kate, autora da série Fallen