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Terminei de ler Obsidiana quarta-feira (27/08) e ainda estou naquela névoa (maravilhosa) super empolgada da pós-leitura, então preciso deixar avisado de antemão que sim, estou completamente apaixonada por um alien fictício e pre-ci-so de Ônix (a continuação) o mais rápido possível. E é isso. Tendo te avisado da situação desta resenhista que vos fala, vamos ao que interessa.
Obsidiana é o primeiro livro da saga Lux, de Jennifer L. Armentrout, e conta a história de Katy, uma adolescente [blogueira!] que acabou de se mudar para uma cidadezinha no meio do nada com a mãe, e Dee e Daemon, gêmeos e aliens lindos que moram ao lado e mudam de maneira irrevogável a vida de Katy. Apenas o fato de Dee e Daemon serem aliens já me parecia uma boa premissa – ai “conheci” a Katy.
Consegui me identificar bastante com Katy por uma série de razões (não, meu vizinho não é um alien também – pelo menos, eu acho que ele não é), mas principalmente por ela ser “a aluna nova” no ensino médio (o que eu fui), e por causa do que ela sentiu com a mudança. Entendo o que Katy sentiu quando mudou de cidade porque é basicamente o que senti quando mudei para a cidade em que estou agora para fazer graduação – deixar tudo para trás para ir para uma cidade pequena e começar tudo de novo é bastante estressante (mesmo que no meu caso a cidade não seja a menor do mundo). Mas além disso, ela tem personalidade forte e fibra – todas as vezes que Daemon dá uma patada, ela responde de um jeito ou de outro (e isso acontece em quase todos os momentos) –, e é uma adolescente que está mais preocupada em postar o “Waiting on Wednesday” do que escolher o curso para a faculdade (isso também me lembrou a mim mesma).
Por mais que nos últimos tempos eu venha encontrando um número cada vez maior de personagens femininas fortes, ainda acho que não só as adolescentes, mas o público feminino em geral merece ter mais personagens que, apesar de se apaixonarem, não sejam tolas e irreais. E é aí que Katy entra. Armentrout criou uma personagem que poderia ser a minha vizinha adolescente – criou uma personagem bem realista, que xinga um garoto de babaca (porque ele é um babaca) e mostra o dedo do meio sem medo. Resumindo, Katy é ótima!
Agora vamos ao Daemon. Desde sua primeira cena esse garoto Luxen (vulgo, alien) extremamente bonito (quem não se encantaria por “olhos tão verdes e brilhantes” feat. tanquinho?) foi um babaca. Daemon pega no pé de Katy, manda ela ficar longe de sua irmã, é grosso e tem sentimentos não resolvidos por ela (existe uma tensão entre eles desde o princípio também). É claro que depois de um certo momento fica bastante claro o porquê dele agir assim, mas essa “relação” aos trancos com Katy prende a atenção do leitor – nós não sabemos qual/quando a próxima grosseria virá, mas esperamos para ver a reação da “gatinha” porque as cenas entre os dois são muito boas!
E isso me leva a falar de Dee. Essa adolescente alien é provavelmente a personagem mais animada que encontrei nos últimos tempos. Dee é um amor. Desde o primeiro momento ela quer ser amiga de Kittycat e fazer tudo com ela e não deixar que o comportamento do irmão irterfira na amizade delas. Para falar a verdade, por ter tanta energia, Dee me lembrou um pouco da Dee Dee, irmã do Dexter (do desenho do Cartoon) – em alguma momento no passado eu já comentei que faço relações estranhas entre livros e outras coisas, então... Mas diferente da Dee Dee, que é irritante demais, a Dee é uma daquelas personagens que são como um sol na narrativa (e, nesse caso, ela tem luz mesmo). Todas as cenas com ela aquecem o coração do mais frio leitor.
Eu deveria contar um pouco sobre a mãe de Katy ou sobre as outras garotas da escola ou sobre os outros aliens que aparecem, mas sobre a mãe ainda não sei o que escrever porque ela trabalha fora boa parte do tempo e é como uma mãe normal (daquele tipo que fala para você sair do computador e ir conhecer os vizinhos, como a minha mãe fazia quando eu era mais nova). As outras garotas da escola com quem Katy conversa são bem legais. Lesa e Carissa aparecem pouco, mas são as responsáveis por Katy começar a questionar algumas coisas que seus vizinhos não lhe contaram. E quanto aos outros Luxen... Adam, o pseudonamorado de Dee, parece ser legal, mas Ash, Andrew e Garrison não parecem tão legais assim – aliás, Adam, Ash e Andrew são gêmeos também. Então, como ainda preciso ler mais sobre eles, vou deixar para comentar mais na resenha do próximo livro.
Antes de terminar essa resenha, preciso comentar rapidamente sobre os antagonistas dos protagonistas dessa história. Bom, se existem aliens de luz, existem aliens de sombra (e faz sentido porque yin e yang...), os Arum. Os quatro que apareceram nessa história fizeram bem seus papéis de vilões – atrapalharam um pouco a situação e também serviram para Katy aprender coisas novas e sentir medo. Os Arum são a razão para o povo de Daemon sentir medo e com razão. Depois que Daemon explica sobre eles para Katy (e eu não vou contar o que ele explica porque quero que você leia também), me peguei pensando que ainda deve ter alguma outra informação sobre esse povo – que provavelmente nem o Daemon saiba – que pode ser muito importante em algum momento no futuro nessa saga.
Armentrout criou uma história onde tudo vai se encaixando e evoluindo. Uma ação leva a outra, uma briga leva a outra, um rastro leva a outro... E isso faz com que os personagens tenham espaço para mostrar de forma mais convincente sua personalidade. Daemon é um babaca, mas tem uma razão. Katy é mais forte do que pensava, e prova isso. A forma como a autora conduz esse primeiro livro é ótima – a problemática é introduzida, os personagens são apresentados, os problemas são colocados na mesa. Sua linguagem não é cheia de rodeios, seus personagens (por mais fantásticos que sejam) conseguem criar relações com os leitores (por exemplo, na cena em que Daemon assiste um vídeo que Katy postou no blog, acho que todo mundo que já postou algum vídeo no youtube sabe o quanto é estranho assistir a si mesmo com alguém do lado [e esperar os comentários sobre isso depois]) e sua narrativa conquista no ritmo constante dos acontecimentos.
Não sei quem disse, mas “um lacre é um lacre” e Lux é tudo o que eu aprecio em uma série – personagens apaixonantes, bom fio narrativo, ritmo constante, linguagem clara. Se você está procurando uma nova paixão literária, está na hora de você dar uma chance para um alien.
PS: Daemon. ❤ Sério: ❤