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Eu realmente não queria que este livro acabasse, mas aqui estamos nós. Percorremos uma longa jornada desde o primeiro volume da saga Lux e seu final foi digno de todas as aventuras e dores que seus personagens tiveram que enfrentar.
Opostos começa pouco tempo depois da cena em que Originais (resenha aqui) parou. Estamos em uma zona de guerra, com a invasão alienígena e diversos ataques contra humanos – são tempos difíceis. Mas não temos tempo para ficarmos ansiosos ou desesperados com a união de Daemon e companhia aos Luxen recém-chegados porque há uma sucessão de outros fatos [envolvendo o primeiro] que prendem nossa atenção e nos deixam literalmente na ponta da cadeira enquanto acompanhamos. Por razões óbvias não irei entrar em detalhes sobre a trama e seus desdobramentos, mas vou analisar alguns pontos que merecem ser mencionados. Vamos lá.
Neste último volume acompanhamos Katy tentando conviver com todas as perdas e dores que tanto sua mudança quanto a invasão alienígena causaram. Ela e Daemon passam toda a narrativa procurando formas de acabar com a invasão e salvar tanto humanos como Luxen – e tempos desesperadores pedem medidas desesperadas, então muitas atitudes inesperadas acontecem (nada de spoiler sobre isso por aqui, no entanto). A questão do relacionamento dos dois não foi um fator de preocupação em grande parte da trama graças à Deus (temos um momento de tensão, mas não é duradouro) e isso é uma dos pontos que mais me deixa feliz nesta série: não há triângulo amoroso, não há traição, não há drama à toa, temos um casal extremamente apaixonado que faz tudo para garantir que ficarão juntos e vivos (incluindo seus amigos e família). É realmente bonito acompanhar como o amor entre eles se fortaleceu ao longo dos livros e culminou não só no casamento no volume anterior, mas na total entrega ao sentimento – o que leva também aos vários episódios mais calientes entre eles.
Tive a impressão de que, neste volume, Katy foi a personagem que mais se fortaleceu. Cena após cena ela é testada e levado ao extremo. Ela sofre uma e outra vez, mas não tem possibilidade para viver esse sofrimento porque não há tempo para parar e nunca, em nenhum momento, deixa de ser aquela garota que conhecemos em Obsidiana. Isso não quer dizer que ela não tenha amadurecido, pelo contrário. Katy cresceu muito. E floresceu no meio do caos e envolta no amor de Daemon.
Falemos então sobre Daemon. É inegável seu amor por Katy – e em praticamente todas as páginas somos lembrados disso – e sua força vem desse amor. Ele também mudou desde o dia em que abriu a porta de sua casa para Katy, amadureceu, sofreu, descobriu e passou por coisas que nunca imaginou, mas sua lealdade e fidelidade a sua família nunca mudou. Nem sua personalidade – e isso é um de seus charmes. Neste volume um ponto que devo ressaltar é sua quase amizade com Archer, os dois se cutucam, mas aprendem a confiar em suas ações. É sempre uma cena brilhante quando eles estão juntos – aliás, é sempre uma cena interessante quando Daemon está no mesmo cômodo que outros personagens.
Interessante também é ver como os outros personagens lidam com tudo o que está acontecendo: Archer, ainda que centrado e pé no chão, também fica perturbado e preocupado com as implicações da invasão; Luke, sempre descolado e com a atitude “não-estou-ligando” também tem seus assuntos para lidar e é um dos personagens cuja ajuda é essencial em toda a ação; Dawson se mostra um personagem mais centrado do que eu esperava; Beth não aparece muito, mas é responsável por uma das surpresas que o final nos reservou e Dee, ah Dee, precisou lidar com várias coisas, mas se manteve forte. Este foi um livro que tanto trouxe de volta personagens que conhecemos nos volumes anteriores quanto encaixou novos e fechou ciclos e pontas soltas.
Muitas dúvidas foram respondidas, muitas cenas apertaram o coração, muitos diálogos fizeram brotar um sorriso nos meus lábios. Eu gostaria que essa história não acabasse (protelei e alonguei a leitura o máximo que consegui), mas seu final não me decepcionou, muito pelo contrário, seu último capítulo aqueceu meu coração e deixou várias possibilidades abertas.
Me deixa muito satisfeita ver quão consistente a Saga tem sido desde o seu início. Os personagens mudaram, é claro, e muita coisa acontece em suas vidas para que isso se justificasse, mas suas essências permaneceram – em especial os três personagens principais: Daemon ainda é o mesmo homem/alien que flerta e faz gracinhas com a Katy; Dee ainda é a mulher/alien de bom coração; Katy ainda é uma lutadora, mesmo que agora em mais formas do que pudéssemos esperar. Parênteses: não estou considerando o Dawson como personagem principal porque ele não esteve desde o primeiro capítulo do primeiro volume, mas sua importância na história é óbvia e inquestionável.
Em Opostos, Armentrout conseguiu convergir (se não todas) a grande maioria das informações que foram acrescentadas ao longo da série em um único evento – a invasão alienígena – e juntar humanos, Luxen, Originais, Híbridos e Arum em um único quadro. À primeira vista parece uma bagunça pelo tanto de informações que precisamos relembrar e encaixar junto com Katy e Daemon conforme as cenas vão se passando, mas para o leitor é uma questão de voltar a se inserir no universo da história, uma vez que a forma como as descobertas foram elencadas também ajuda a firmar uma linha de raciocínio que faz sentido.
Este volume, para mim, não teve falhas. Conseguiu concluir a história de forma inteligente e eficiente, teve de emoção, drama e ação na medida certa. Aqueceu o coração, fez brotar lágrimas nos meus olhos e querer estapear alguns personagens. Conseguiu sintetizar todo o sentimento da série em pouco menos de quatrocentas páginas e me deixar com gosto de “quero mais”. No momento, para continuar minha vida, preciso dos extras, de Shadows e dos pontos de vista de Daemon de Obsidiana, Ônix e Opala – oie, editora Valentina 😇👽. Mas continuemos. Resumindo: se você ainda não começou a ler está série, vá ler.