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Começamos Originais descobrindo o que aconteceu com Katy depois do final de Opala, e deixe-me te dizer, descobrir onde e com quem ela está não ameniza as nossas preocupações..Como continuo tentando não deixar spoilers da história, não vou te contar onde ela está, o que ela faz lá e quem são as pessoas que estão “lhe fazendo companhia”, mas vou te contar que é bastante óbvio o amadurecimento da história e seu desenvolvimento – que temos acompanhado ao longo da série – chegou ao ponto alto neste volume.
Nesse lugar em que Katy é mantida, ela (e nós) descobre através de outros personagens que pouca coisa que aconteceu em sua vida desde que conheceu Daemon e os outros foi por acaso – Blake (lembra dele? o garoto irritante que desde o começo tinha “problema” escrito em sua testa) é um dos personagens que volta a aparecer e é responsável por várias das cenas que nos trazem informações importantes. Não surpreendente, Daemon logo se junta a Katy e os dois passam por mais experiências capazes de mudar suas vidas – e eu me sinto uma propagandista escrevendo isso na resenha, mas é a verdade –. Ao meu ver, a presença de Daemon ao lado de Katy a manteve lúcida – mesmo sendo forte, a personagem não teria lidado com tudo o que aconteceu com ela [antes do Daemon chegar lá] se estivesse sozinha.
Praticamente dois terços do livro são destinados aos desenvolvimentos necessários para sabermos, de verdade – acho que “de verdade” é um termo muito forte, talvez seja melhor usar “de foma mais profunda” –, algumas razões e desdobramentos que pudemos apenas imaginar anteriormente. É importante lembrar também que estes dois terços (na verdade, o livro inteiro) possuem não apenas passagens de Katy, mas de Daemon procurando por ela e posteriormente estando com ela e, finalmente, fugindo com ela, o que ajuda a deixar a trama bastante dinâmica. Aqui eu devo mencionar que o acréscimo de personagens novos, como Archer, que é um personagem ótimo e com bastante bagagem que me deixou extremamente feliz por ter sido encaixado na história de forma mais do que satisfatória, foi mais do que necessário pois são eles que fazem a história realmente “ir para frente” – uma vez que se ficássemos apenas com os que já conhecemos, não teríamos uma história tão rica.
Falando da história de forma mais focada, os desdobramentos encontrados aqui foram não só surpreendentes, mas bastante enriquecedores. Me pareceu bastante claro o cuidado que a autora teve com este volume. Temos nós bem construídos, respostas bem preparadas, personagens que voltam a aparecer, personagens que surgem, personagens que são esperados para o próximo capítulo – tudo converge, aqui, para termos uma boa experiência literária. Armentrout possui um ritmo de narrativa muito consistente e seu tom não se perde no meio das quase quatrocentas páginas que temos em mãos – as vozes de Katy e Daemon estão sempre afinadas nas mãos capazes de sua criadora.
Particularmente gosto muito da opção da autora em intercalar a visão da Katy com a do Daemon por duas razões: *primeiro: era extremamente necessário que nós, leitores, soubessemos o que estava acontecendo com Daemon enquanto Katy não estava com ele – para te contextualizar, Katy “some” depois que os dois e seus amigos tentam entrar num órgão do governo e as coisas não saem como o esperado –, já que sabemos pela sinopse que o personagem fará tudo [possível e impossível] para encontrá-la e salvá-la do governo; *segundo: nos livros anteriores ficamos muito tempo com a voz de Katy, por ela ser a personagem principal, e perdemos muita coisa acontecendo em paralelo (quem não gostaria de saber o que Daemon estava pensando lá no primeiro livro, na cena da cozinha? ~eu certamente quero saber e estou realmente radiante por saber que a autora fez outro livro com o que aconceu lá no começo sob o ponto de vista dele). Para mim funcionou extrememente bem esse ir e vir, o leitor pôde aprender muita coisa dos dois lados – possivelmente todos que já estavam caídos de amor por Daemon ficaram ainda mais apaixonados depois de acompanhar seus pensamentos e ações mais de perto (algumas cenas suas são tão doces que me estragaram para outros personagens). E isso me leva a falar sobre o desenvolvimento dos personagens.
Em algum momento nesta resenha mencionei que o amadurecimento da história é bastante óbvio. Essa é a mais pura verdade. A história cresceu e ficou mais adulta, mais séria, em reflexo ao desenvolvimento de seus personagens. Claramente Daemon, Katy e Dee são os personagens que conhecemos em Obsidiana, mas tudo pelo o que eles passaram os mudaram (Katy mudou de várias formas, aliás) e é extremamente interessante acompanhar essa evolução. Daemon ainda é o mesmo homem com olhares sugestivos, Katy ainda é uma apaixonada por livros, Dee ainda tem um espírito leve [etc. etc. etc.], mas Daemon teve seu senso de urgência ampliado, Katy amadureceu e passou de adolescente para adulta, Dee ganhou seriedade – todos eles mudaram, até mesmo Ash e Andrew. Aproveitando o gancho, foi com grande satisfação que observei [ou no caso, li] como Dee voltou a ser ela mesma neste volume e saiu do seu mundo de raiva e rancor.
É claro, antes de terminar não posso deixar de dedicar um parágrafo para Katy e Daemon como um casal. Como os dois personagens amadureceram como indivíduos, o relacionamento também amadureceu, ainda há aquele calor que me encantou no primeiro volume, mas é um calor constante. O sentimento entre eles foi aprofundado – suas cenas juntos (e não só as amorosas) são sempre muito boas, a química entre eles é explosiva e neste volume eles estão afinadíssimos – tão afinados que levam a relação para um novo nível (até tivemos cenas mais quentes!). Me pareceu que tudo ocorreu no tempo certo para eles, a paixão teve tempo de ser abrandada e aprofundada para amor, os traços que antes eram irritantes puderam ser entendidos e encarados de novas formas. Fiquei realmente contente com o desenrolar de seu relacionamento, a autora claramente soube como conduzir os dois e criar raízes de seu amor em nossos corações.
Obviamente estou mais do que ansiosa para colocar minhas mãos no capítulo final da aventura da minha blogueira preferida e seu alien amoroso (o que vai demorar um bom tempo), mas sinto que o que quer que Armentrout tenha escolhido como final para este casal e seus amigos [e familiares], será um caminho e tanto para chegarmos lá e valerá a pena. Se você ainda não começou a ler a saga Lux, eu altamente recomendo que você a adicione na sua lista de leituras deste ano que está começando.