
N K Jemisin consegue me surpreender de novo com sua narrativa mais do que única e uma história de fazer seu queixo cair.
Sério, gente, essa escritora é perfeita em tudo o que ela se propõe. Esse livro é uma belíssima continuação de uma história forte e profunda, tratando de temas tão importantes quanto xenofobia e, de certa forma, racismo.
Embora esse livro se inicie de maneira mais lenta e demorando para engatar nos acontecimentos, com muitas nomenclaturas técnicas e explicações sobre a “magia” que cerca o mundo, não o senti, de maneira alguma, como um livro maçante ou pesado. Ainda mais que, depois dos 50% a narrativa engata em ação atrás de ação, deixando difícil desgrudar das páginas.
Rever personagens que eu amava em situações ainda mais inusitadas foi o combustível certo para eu devorar esse livro nos últimos três dias. Recomendo demais e mal posso esperar para ler o último livro dessa trilogia.
Primeiro livro que leio do Julius, assim como livro de estreia do autor. Nele, iremos acompanhar os desafios que Askhar precisará passar para se tornar uma pessoa melhor, tanto para si quanto para o mundo.
Quando li este livro, eu já estava desacostumado com a escrita em primeira pessoa e por isso, creio que houve uma maior dificuldade minha em me concentrar e conectar com a história. Askhar é um personagem difícil de se gostar, principalmente por suas características egoístas e mimadas - algo que é importante para o desenvolvimento do livro.
Achei a premissa muito boa, embora encare o livro mais como um “infanto-juvenil”. No geral, achei que o ritmo do livro variou muito, tendo momentos em que a escrita descritiva atrapalhava o fluxo, e alguns em que a rápida sucessão de cenas combinava com o lado aventureiro da história.
Confesso que me surpreendi, e muito, com o final. Não esperava de forma alguma que acontecesse o que aconteceu.
Estou interessado e ler outros livros do autor, principalmente para ver a evolução de sua escrita.
Minha primeira leitura de algo do Leblon e eu achei uma leitura rápida, fluída e, num sentido geral, ok.
O conto se propõe a ser um início de história e é exatamente isso que ele faz: inicia algo. Não hã grandes consequências nem reviravoltas, não há grandes acontecimentos e não há grandes decisões. Fora isso, o conto não se propõe a finalizar o que começou, algo que provavelmente ficou para o Volume 2, o que deixa difícil de fazer uma crítica geral pois, por si só, a história não se fecha.
Você conhece melhor os personagens, dos quais eu não tive nenhum sentimento de proximidade, e descobre como eles chegaram na situação que chegaram.
Estou interessado em ler a continuação para saber como essa história irá se manter e continuar. Veremos.
Um conto que me prendeu do início ao fim, com uma escrita super fluída e intrigante. Apesar de pequena, essa história me levou por diversos caminhos e me trouxe uma proximidade com os personagens principais que eu realmente não esperava.
Gostei muito do conto, principalmente por se passar no Brasil e ser uma fantasia baseada na nossa cultura. Certamente a fantasia nacional tem muitos caminhos para seguir e, ver histórias desse gênero, só me deixam mais entusiasmado para ler mais.
“Calafrio” é o livro de estreia de Maggie Stiefvater, mas nem por isso deixa de carregar a sua profunda e detalhada escrita. No máximo, teremos personagens menos detalhados do que em seus livros mais recentes e cenas menos complexas e variáveis - sendo que a quantidade de vezes que a casa de Grace foi utilizada como pano de fundo pro desenrolar da história, me deixou a desejar.
Em “Calafrio” vamos acompanhar a história dos Lobos que vivem em uma pequena cidade, na divida com o Canadá, no estado de Minnesota. A história de um desses lobos, Sam, irá se entrelaçar com a de uma garota pragmática e prática: Grace.
Eu sou suspeito a falar, já que amo os livros e a escrita da Maggie, mas o tanto que esse livro me encantou, não pode ser escrito em palavras. Desde a ambientação, que me lembra um abraço quente em um dia de inverno, até a melancolia presente em cada parágrafo escrito, do início ao fim achei esse livro uma bela obra de estreia para a autora.
Confesso que o início é um pouco parado e é preciso persistir até pegar o gosto e o ritmo, lá pela página 50, mas, deuses, como vale a pena! Um livro sobre amor, esperanças e tristezas. Escrito com um bom toque de melancolia e romanticismo.
Acho que Maggie realmente conseguiu trazer um diferencial para as histórias tão comuns de Lobisomens, explorando a transformação e a vida dos lobos de uma maneira nunca antes vista.
Recomendo demais para os românticos de plantão e para aqueles que querem um pouquinho de conto de fadas em seus dias.
A história de Tommy e Matt segue eletrizante e angustiante. A escrita de Mark faz a gente sempre querer mais e deixa o suspense à flor da pele.
Acho que, até agora, esse foi o livro que mais gostei da história dos meninos. A ação funcionou bem com o suspense e mistério, além de o ponto de vista do Matt ter trazido, finalmente, uma maior clarificação sobre as ações desse personagem - embora eu ainda ache que sua mudança de comportamento tenha sido muito rápida.
É a primeira história da autora que eu leio e eu absolutamente adorei o ritmo e a escrita de Larissa.
Onde o Vento Faz a Curva conta a história de 6 personagens, esquecidos em uma cidadezinha do interior. Suas histórias se entrelaçam e desenvolvem o plano de fundo da cidade de Campo das Flores, com pitadas de suspense e romance.
A escrita de Larissa é fluída, divertida e descritiva, te fazendo entrar na história e criar proximidade com os personagens e com suas aventuras.
Recomendo demais para aqueles que querem conhecer um pouco mais da escrita da autora com um conto rápido.
Um conto extremamente pessoal, mas que muitos conseguiram se identificar.
A verdade é que nós, que fazemos parte da comunidade aro/ace estamos sempre sedentos por personagens que passem pelo mesmo que nós. Queremos encontrar histórias de amores platônicos, queremos ler sobre a dificuldade de se aceitar e queremos ver e ter a certeza que outras pessoas nos entendem também.
“Quando eu descobri o que era ser eu” é um desses livros que marca, principalmente pela proximidade que sentimos da personagem principal, de seus anseios, inseguranças e experiências. É um livro que marca não tanto pela narrativa, mas sim pela representatividade.
É muito bom se sentir ouvido, percebido, entendido, e é isso o que eu acho que esse livro traz. Recomendo demais para todos aqueles que estejam se questionando ou estejam com medo de se aceitarem justamente por sentirem que são “diferentes”.
Uma sequência muito bem escrita por Mark Miller, que continua envolvente e com um bom mistério para solucionar. Gostei de ver a preocupação em tratar o psicológico dos personagens após o assassinato, assim como a conturbada relação do Tommy com o Matt.
Já quero ler a continuação e saber onde esse suspense vai parar.
Um conto rápido e um suspense que se prende até o final. Recomendo bastante para quem está em ressaca literária e procura algo rápido, básico e fluído para ler.
Foi minha primeira leitura de algo do Julius e gostei bastante de conhecer a escrita dele dessa forma, fiquei com o interesse de ler mais livros dele.
Primeira vez que leio algo do Guilherme e gostei muito da forma que ele construiu essa história. Sua narrativa é tranquila, bela, ritmada e trouxe um sentimento nostálgico para a trama, que combinou muito bem.
Gostei principalmente do cuidado em se tratar sobre um tema como o luto, mostrando não apenas a parte triste deste, como também a beleza que se pode pintar com a continuidade da vida.
A única coisa que não gostei muito, que confesso ter atrapalhado meu ritmo de leitura, foi o capítulo final que, ao meu ver, diminuiu todo o clima tranquilo e sentimental que havia sido criado no penúltimo. Isso deu uma quebra brusca na história e acabou por me deixar confusa se haveria um conto 2 ou não.
Apesar de pequeno, o livro é eletrizante e instigante do início ao fim. Desde o primeiro capítulo o Mark já me pegou com o suspense e já me fez criar carinho pelo Tommy, sentimentos que apenas aumentam durante a leitura do livro.
A única coisa que me incomodou um pouco foi essa internacionalização dos nomes dos personagens, porque, pelo menos para mim, parece que me afasta um pouco da ideia dessa história se passar em São Paulo, mas nada que me tire o interesse pelo livro.
Gostei demais e recomendo bastante para aqueles que querem ler um suspense rápido e instigante. Mal posso esperar pela continuação.
Que conto mais agradável de ser ler. Tão bonitinho, com um mundo bem construído e com um final fofinho demais. Fez a minha manhã nesse sábado de pride.
Recomendo demais para todos aqueles que já se sentiram excluídos, não compreendidos ou de lado por conta de sua sexualidade ou atração romântica. Esse conto foi um dos melhores que li da antologia inteira e eu realmente amei ver o crescimento do Eron.
Junto de Manu, vamos conhecer sua dramática vida adolescente, assim como a de seus amigos.
Um livro leve, divertido e com muitas emoções, que reflete bem a confusão que a adolescência pode ser. Um dos pontos mais altos do livro, para mim, foi que ele se passa na capital mato-grossense, Cuiabá. Poder ler livros nacionais que fujam do eixo sudestino é sempre muito agradável e enriquecedor.
Um dos pontos baixos do livro, em minha opinião, é que muitos assuntos pareceram ser tratados de forma muito rasa, como o próprio relacionamento dos pais de Manu, e toda a situação das meninas com a Pollyana.
Fora isso, eu adorei o livro e recomendo demais para todos que estejam interessados em aprender como NÃO viver um romance adolescente.
Geovana tem um tipo de escrita bem característico. Uma narrativa meio mágica, mas que não larga mão do terror e do gore: duas características que eu simplesmente AMO.
Já estava apaixonada pela escrita dela desde o Jiangshi, então não foi surpresa quando simplesmente devorei esse pequeno conto.
Apesar das poucas páginas, Filhas do Mar consegue ser uma história completa e instigante, mostrando tudo que o Gótico nacional pode apresentar. Outra coisa que amei foram as “sete filhas” do mar, meio que uma referência aos sete mares.
Muito bom, continuo ansiosa para ler as próximas obras da autora.
É sempre reconfortante ler sobre assexualidade e arromanticidade, ainda mais quando eu me encontro dentro dessas siglas.
“Que Tipo de Amor é Esse” é uma coletânea de 3 contos, não alcançando nem 100 páginas e perfeita para aquelas leituras rápidas em uma viagem ou entre dois livros maiores.
As histórias são fofas e divertidas, escritas de maneira leve e compreensiva. Os contos se passam no Brasil, o que traz uma maior proximidade com o ambiente e com os personagens.
Por serem contos, senti que os personagens foram muito superficialmente trabalhados, como se a personalidade deles fosse ser “aro/ace”. Essa seria minha única critica para a coletânea, mas tenho interesse em ler as outras obras dês autores.
Um pequeno conto, não chega nem a ter 40 páginas, que conta sobre o peso da imortalidade, a tristeza do amor e o desespero de um amaldiçoado. Jiangshi conta a história de criação de uma lenda chinesa, entrelaçando com momentos históricos globais.
Uma leitura rápida, em menos de uma hora já se acaba o livro. Gostei bastante e recomendo.
Minha única crítica seria dos vários erros ortográficos que são encontrados durante o livro e na velocidade em que a parte do “Brasil” se passa. Creio que a autora poderia ter dedicado um pouco mais de tempo para explicar os motivos que levaram a Li para o Brasil. Fora isso, um ótimo conto e já quero ler os outros trabalhos da autora!
Lembro de ter pego esse livro para ler algum tempo atrás, mas nunca havia o aberto. Foi numa viagem de mais de 10 horas que eu resolvi que tinha chego o momento de o ler.
Devorei ele durante a viagem e fiquei ainda um bom tempo pensando em como faria essa resenha.
Ninguém disse que seria eterno é um romance adolescente bem brasileiro, a proximidade com os problemas dos personagens, com suas vivências, suas experiências, inseguranças e desejos é um dos pontos fortes do livro. Conseguir se sentir representado ali, como um cidadão brasileiro, foi uma das coisas que mais me alegrou durante a leitura.
O Lukas se tornou rapidamente o meu personagem favorito, sua dúvida em relação a sua sexualidade me tocou de maneira profunda, assim como toda a raiva que ele sentia do ambiente que o cercava. Ele era um dos personagens mais agradáveis de se ler e a crescente amizade com Bernardo é bonita e fluída.
Bárbara, por outro lado, foi uma personagem que tive dificuldade em simpatizar, mas logo eu consegui compreender porque: nossas vivências são, realmente, muito diferentes. Ve-la crescer como uma mulher mais forte, segura e empoderada foi um suspiro de alívio e felicidade, pois mostra que mesmo em situações adversas, que nos ensinam a ser submissas, ainda podemos contar com amigos e familiares que irão nos apoiar e crescer junto de nós.
Meu único ponto negativo para o livro seria que, desde o início, eu já sabia o que aconteceria com Vinícius. Apesar de bem construída, achei a história muito previsível e com um plot que eu, particularmente, não sou fã. Também achei alguns capítulos um pouco sem sentido ou construção para a história no geral, como o da galinha.
De qualquer forma, é uma história rápida, divertida, emocional e bem representativa da nossa sociedade. Se você gosta de um drama adolescente, muito provavelmente irá gostar dessa história também.
(PT - For English, read bellow)
Um livro sobre amor, dualidade, vingança e perdão. Acima de tudo, um livro sobre a sua verdadeira essência.
Quem me conhece sabe que alta fantasia não é bem o meu gênero literário favorito, mas a N. K. Jemisin sempre me faz morder a língua quando falo sobre. Você quer uma escrita instigante? Você quer uma história complexa, mas compreensível? Você quer diversidade e representatividade? Você quer os deuses se curvando aos desejos de homens que não compreendem bem o seu próprio poder? Então, muito provavelmente, você quer ler esse livro.
Acho que o que mais me surpreende, toda vez que leio algo da Jemisin, é justamente o quanto ela SEMPRE consegue se reinventar e me surpreender com a escrita fluída, divertida e detalhada dela. Desde a primeira página, você já vai contar com ação, emoções fortíssimas e segredos que pedem para ser revelados.
Mas, mais do que tudo isso, o que você encontra nessa história é a própria realidade. Percorrer o mundo dos cem mil reinos é percorrer uma história sobre as duas verdades que existem em uma mesma história. É compreender a importância não apenas do balanço, mas principalmente da dualidade. É se apaixonar pelo abstrato e desejar que esse livro ainda tivesse mais páginas para ler. É atravessar, com uma curiosidade crítica, o colonialismo.
N. K. Jemisin não me decepciona mesmo, muito pelo contrário: sempre me surpreende com alguma técnica narrativa nova.
Espero que você goste desse livro tanto quanto eu gostei e boa leitura.
(EN)
A book about love, duality, revenge and forgiveness. Above all, a book about humankind true essence.
Anyone who knows me knows that high fantasy isn't really my favorite literary genre, but N.K. Jemisin always makes me think twice. Do you want thought-provoking writing? Do you want a complex but understandable story? Do you want diversity and representation? Do you want the gods bowing to the desires of men who don't quite understand their own power? Then, most likely, you want to read this book.
I think what surprises me the most, every time I read something by Jemisin, is precisely how much she ALWAYS manages to reinvent herself and surprise me with her fluid, fun and detailed writing. From the first page, you will already have action, strong emotions and secrets that ask to be revealed.
But more than all that, what you find in this story is reality itself. To travel through the world of the hundred thousand kingdoms is to travel through the two truths that exist in the same story. It is to understand the importance not only of balance, but mainly of duality. It's falling in love with the abstract and wishing this book had more pages to read. It is to talk, with critical curiosity, about colonialism.
N.K. Jemisin does never disappoint me, quite the contrary: she always surprises me with some new narrative technique.
I hope you enjoy this book as much as I did and have a good reading.
McCloud certamente ultrapassou barreiras ao idealizar uma comic que contasse a história das comics.
Esse livro é muito bem ilustrado, muito bem estruturado e muito bem escrito. McCloud consegue, em menos de 250 páginas, explicar o surgimento das comics, a importância das mesmas para a humanidade e os caminhos futuros que podem ser abertos para quem trabalha com essa mídia. Certamente, um olhar diferente e provocativo para 1993, mas que ainda se mantém muito real e com bons insights.
Amplamente baseado nos estudos de Eisner, uma das coisas que mais me interessou - e que também se diferenciou dos livros de Eisner - foi a preocupação em ter uma perspectiva um pouco mais internacional. Embora os estudos de Eisner tenham criado as bases para a compreensão das comics como mídia, McCloud tomou um passo adiante e internacionalizou esse processo, estudando comics não apenas dos EUA, mas também da Europa e, principalmente, do Japão.
O cuidado que McCloud tem, para explicar as principais diferenças técnicas das comics ocidentais e orientais é magistral e me ajudaram muito na pesquisa que estava fazendo para a minha tese. Certamente um livro que vale a pena ser lido, por amantes de comics, por acadêmicos, ou simplesmente por pessoas que gostam de aprender um pouquinho sobre tudo.