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«Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.» É assim que começa A Metamorfose, uma das mais emblemáticas obras de Franz Kafka. Nesta narrativa, o autor recorre à terrível metamorfose física e ao desespero da personagem para abordar os temas transversais a toda a sua obra: o comportamento humano, a impotência perante o absurdo e a frustração provocada por uma sociedade opressora e burocrática.
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Foi uma releitura bem prazerosa, visto que eu não me lembrava muito da primeira vez que li. É claro que ajuda bastante esta ser uma história bem curta; acho que vamos preferindo leituras mais rápidas com o passar do tempo, ou então ando preguiçoso demais para leituras, um dos dois.
Todos já conhecem a história: sem maiores explicações, Gregor Samsa se encontra transformado em um inseto e isso se torna meio que uma crise familiar. Não sei bem se, da primeira vez, consegui entender toda a complexidade das relações familiares, mas agora foi bem mais fácil — as notas de rodapé da edição da Folha me ajudaram bastante, ainda que a tradução em si, feita por um brasileiro, fosse... portuguesa demais pra mim. Várias leituras podem se fazer disso, mas acho que me foquei em duas principais, uma focada na família e outra focada no próprio Gregor. Chega a ser engraçado ver, no fim, com a morte do protagonista, como as coisas se resolvem facilmente.
Acabei de perceber, assim, como informação extra, que temos um Gregor e uma Sansa em Game of Thrones. Estamos de olho, Jorge.
Contains spoilers
Uma história curta que me prendeu do início ao fim, pois inicia-se diretamente no "problema", sem apresentar com muitos detalhes os personagens.
Certamente não é um gênero que costumo me interessar, mas foi uma leitura agradável e interessante, pois eu ficava curioso sobre o destino do "peso" quase morto da família (o protagonista) que jazia em um dos quartos do apartamento. Existem diversas interpretações sobre isso, como a representação de uma pessoa com depressão, um idoso incapaz de cuidar de si próprio ou alguém doente, o que torna o livro ainda mais especial.
Não pude me identificar muito com o protagonista, mas sua conjuntura me tocou de forma estranha. Me senti triste por ele, ainda mais pela forma que foi tratado pela própria família, que não o via mais como uma pessoa, mas como um monstro ou uma situação ruim passageira que de uma forma ou outra passaria, tragicamente ou não. Mas com o passar do romance é perceptível que a primeira opção foi a mais aceita, ele deveria sumir ou morrer.
O final que eu esperava não era o mesmo que eu li, pois, de certa forma acreditava que tudo poderia ser fruto de um sonho qualquer, mas não foi. Não houve final feliz, mas que impactou bastante.
É um ótimo livro.
Este livro oferece uma perspectiva única sobre como nem sempre podemos rotular nossa própria família como tal.
É revoltante observar a evolução do tratamento do personagem com Gregor ao longo do tempo, a falta de consideração por ele torna-se evidente, principalmente desfecho, quando eles se cansam das ações de Gregor (ações que, teoricamente, não deveriam irritar tanto os personagens, algumas até mesmo inventadas).
Isso representa muitos familiares que, mesmo diante dos seus melhores esforços, acabam por atribuir a você toda a culpa pelas tragédias ou coisas bobas.
É uma leitura excelente e rápida.