
Toda releitura de conto de fadas me deixa receosa – mesmo depois de conhecer a premissa, lá no fundo da minha mente resta a ansiedade que me persegue até o final da leitura. No caso do romance de Blackwell havia ainda o peso da opinião de pessoas que conheço – muitas gostaram, muitas odiaram.
Depois de quase um mês com o livro passeando entre minhas mãos, cheguei a conclusão de que gosto do estilo de escrita de Blackwell. Suas palavras são combinadas de forma quase artística e sua narrativa flui num ritmo constante. É uma releitura sólida – e crível. No entanto demorei bastante para terminar de ler – foi uma combinação de férias e suas muitas possibilidades e uma sensação de amortecimento com a história, que me atrapalhou um pouco.
Então o que vale contar sobre essa história (que não estrague as surpresas)? O foco da narrativa. Enquanto Bela Dormia conta a história de uma princesa, mas de forma diferente. A princesa acaba em segundo plano, pois é quem conta a história que toma conta da narrativa. Está é Elise, uma das garotas que trabalhavam no palácio, primeiro com a irmã do rei, Millicent, e depois com a Rainha Lenore e sua filha.
É Elise quem muda seu destino e é através de seus olhos que vemos o sofrimento da rainha em não conseguir conceber uma criança, a barganha que Millicent faz – e sua consequente maldição – e o crescimento de Rosa. É também ela quem perde o seu amor, quem descobre quem realmente é, quem luta com seus medos, quem perde pessoas amadas (e volta a encontra-las) e quem ajuda em grande parte dos momentos. Mesmo sendo uma personagem forte, Elise é frustrante. Ela coloca sua carreira no palácio acima de tudo, e algumas de suas ações deveriam ser diferentes – entretanto, depois de um distanciamento maior da leitura, percebo que, apesar dos pesares, ela fez o que deveria fazer.
O final no entanto... O final foi ótimo. Nós seguimos a história e o seu fechamento (que na verdade foi o começo de muitas outras coisas) foi mais do que eu esperava. Foi realmente bonito.
Enquanto Bela Dormia é imensamente diferente de A Bela Adormecida, a autora consegue balancear a criação de um mundo medieval castigado por doenças e cercado por perigos reais com elementos, ícones e personagens do conto de fadas que todos conhecem. A essência do conto está aqui, ainda que com os acréscimos de realidade (tão bem construídos) e da história de uma mulher que espera alcançar a felicidade depois que todos os que ama estiverem bem.
Blackwell nos propõe uma leitura agradável, com acontecimentos inesperados e personagens bem construídos – ainda que leve algum tempo até que nos acostumemos com eles. É uma história que se deve ler e pensar a respeito tempos depois.
Posted on: http://up-brasil.net/2016/02/18/resenha-de-livro-enquanto-bela-dormia-elizabeth-blackwell
Originalmente em http://www.vickydoretto.com
Confesso que saber que a NC lançaria mais um livro da Jandy Nelson me deixou muito ansiosa (“Caramba, é a autora de O Céu está em todo lugar! Eu AMO esse livro! D:”) - o que desencadeou aquele ciclo já bem conhecido de ir procurar resenhas e posts no tumblr sobre ele como se não houvesse amanhã. O resultado dessa busca frenética foi que eu estava um pouco mais preparada para o que encontraria nesta história quando o livro chegou.
Mas preparada ou não, eu havia me esquecido de um ponto muito importante: se tem uma coisa que Jandy Nelson sabe fazer durante a narração de uma história, é envolver o leitor. Me peguei envolvida na história de uma forma tão grande que chegou a ser angustiante. Eu não conseguia parar de ler porque sempre precisava de mais, precisava saber o que viria a seguir. E no final, eu percebi que estava apaixonada pela história. (o que, sendo completamente honesta, é incrível)
Eu te darei o Sol trabalha com o ir e vir entre os irmãos Noah e Jude, são seus setimentos e suas formas de ver o mundo que nos pegam pela mão e nos conduzem através das páginas. É essa estrutura diferente - quando Noah está narrando, eles têm 13-14 anos e quando Jude narra há um salto de três anos, pois ela já está com 16 - que permite ao leitor ver o peso que certos acontecimentos têm na vida (tanto é que os dois passam de “super amigos” para quase estranhos, que mal conversam).
Com esse dois fios condutores, tanto a visão de Noah quanto a de Jude acabam se completando - tudo o que Jude impõe a si mesma como forma de punição e até mesmo a escrita de forma enigmática cheia de floreios imaginativos (ou nem tanto?) e as legendas das cenas como pinturas que acompanham a parte de Noah, são reflexos de suas personalidades, de acontecimentos e sentimentos que molda o quadro geral do “agora” ao final do livro.
Fiquei dividida em vários momentos e algumas coisas específicas me incomodaram um pouco (como as aparições de Oscar, a trsnformação do pai e a falta de conversa para colocar os pintos nos is - nos pouparia muito drama se um personagem apenas aparecesse para conversar com outro em momentos de tensão e clareasse o ar), mas de forma geral, o romance ganhou meu coração. E me fez chorar [não que isso seja uma grande novidade].
Nelson escreve de forma envolvente, trabalhando cada personagem e cada linha de forma que tudo na trama funcione. E funciona. O texto é bastante expressivo, cercado de nuances como uma pintura mesmo. Todas as descrições, metáforas e cenas se encaixam na temática de quebra e reconstrução - de tudo: relacionamentos, família, arte, vida. É um romance incrivelmente trabalhado, bem escrito e bonito. Eu não tenho palavras para tudo o que gostaria de escrever sobre ele, mas essa resenha deverá bastar por enquanto.
Resenha para o site up-brasil.com
Já na capa de Eu te Vejo temos uma frase que enche a história de expectativa – “chega um ciclone erótico” – e que me deixou pensando sobre o que seria um ciclone erótico? Então, perto da metade da história entendi o porquê da expressão. A italiana Irene Cao nos apresenta uma história com uma viagem sensual repleta de paixão, onde o importante é sentir prazer e não criar sentimentos mais profundos. A trama gira em torno de Elena e sua maneira de lidar com o desejo (ou no caso, a sua não-maneira), que é completamente abalada quando conhece o famoso chef Leonardo.
Fomos apresentados à Ele, uma mulher recatada de vinte e nove anos apaixonada por seu trabalho como restauradora de obras de arte; sua melhor amiga Gaia, uma mulher cheia de vida que apesar de não querer demonstrar também sofre por amor; seu chefe Jacopo, um conde que não me permitiu formar um parecer muito refinado; seu amigo/affair/alguma coisa Filippo, que a meu ver é um dos personagens mais subestimados de todo o livro; e à Leonardo, o chef irresistível e misterioso – sério, a atitude “eu-te-ligo-quando-eu-quiser-e-você-vem-correndo” não é tão atraente assim, sabe? A história é narrada pelo ponto de vista de Elena e é assim que conseguimos entender como funciona a sua forma de pensar e agir – o que ajuda também a escolhermos um lado para torcer (porque por mais que você tente, é sempre assim). Tudo vai bem, obrigada, então, perto da metade da história, as coisas fogem do controle! Eu realmente não esperava que a sucessão de acontecimentos fosse tão rápida – mas não há nenhum problema nisso, na verdade acabou sendo uma rajada refrescante de surpresa.
Vários acontecimentos aparecem de repente – Filippo e Ele têm uma boa noite juntos, para depois o moço ir embora a trabalho; Leonardo e Ele têm uma ótima noite juntos e é disso que nasce o combinado “vamos-dormir-juntos-mas-não-nos-apaixonaremos” que nos rende uma turbulenta carga de emoções para Elena. Aquele ciclone erótico mencionado no começo desta resenha é ninguém mais do que o próprio Leonardo – sempre mandando em Elena (às vezes também sendo rude), puxando seus limites e lhe oferendo mais prazer do que a moça imaginara. É Leonardo quem guia Elena na descoberta e amadurecimento de si mesma, é quem lhe proporciona aventuras sexuais e quem comanda a situação – não posso deixar de dizer que é ele também quem me causou algum incomodo durante a leitura – nem tanto pelas experiências sexuais, mas por todos os seus mistérios e suas fases de homem problemático que são um pouco cansativos. E mesmo gostando muito de Elena, não posso deixar de comentar que sua falta de força quando se trata de Leonardo também é um fator que não me agradou muito – característica essa que se faz presente em todas as vezes em que depois de um período afastado, Leonardo aparece mandando que ela vá a algum lugar para se encontrar com ele.
É o amadurecimento – tanto sexual quanto mental – da personagem principal que me encantou, Elena cresceu a olhos nus enquanto as páginas passaram. Demora um bocado de páginas para que ela perceba para quem deve realmente se entregar, um bocado de páginas para os personagens convencerem – a si mesmos e aos leitores –, e é no meio disso tudo que Elena consegue perceber que é, sim, uma mulher forte. As profissões mostradas são outro ponto forte – não é todo dia que encontramos personagens tão bem construídos culturalmente falando –, quantas vezes você encontrou uma personagem que trabalha com restauração ou é dona de uma empresa como a de Gaia? (mas eu sei também que chefs nós já conhecemos aos montes!) Também não posso deixar de comentar sobre a paisagem que permeia toda a ação dessa narrativa. Veneza nos é mostrada pelo olhar de uma moradora, não de uma turista, o que confere mais veracidade – ou talvez mais poder de convencimento – e encanta não só pelas descrições, mas pelas observações feitas pela personagem.
Eu te Vejo é uma leitura fluída, rápida e repleta de sensualidade. Seus personagens passam das características que eram esperadas e conseguem equilibrar fatores previsíveis (o par da personagem principal não quer se apaixonar... nós já não vimos isso? Temos um triângulo amoroso, não é o esperado...?) e imprevisíveis (Gaia é uma personagem imprevisível... e a forma de pensar de Elena também) de forma mais do que satisfatória. De modo geral, o primeiro volume da trilogia de Cao me agradou bastante ao não focar só em sexo, mas também no que as personagens realmente sentem – pelo menos o que sentem aquelas que conseguimos realmente ver – e foi um bom começo para a trilogia.
Eu gostei, de um modo geral. Confesso que primeiro li o epílogo para ter certeza de que o final estaria dentro do que eu esperava ~e não me arrependo por nenhum momento. Algumas coisas poderiam ter sido deixadas de lado para que outras pudesse ter sido exploradas mais profundamente - e o final foi realmente bastante corrido, como aconteceu nos outros livros. Sentirei saudade de alguns personagens que infelizmente ficaram pelo caminho. Maxon cresceu bastante, amadureceu como deveria ser. Aspen poderia ter tido mais oportunidades para conversar com America - porque suas conversas realmente não foram satisfatórias.
Seis coisas impossíveis foi um livro divertido, leve e agradável de se ler. E para falar a verdade, eu já esperava por isso. Havia alguma coisa na sinopse e nos comentários sobre a história e personagens que me fazia ter esperança de que a leitura seria uma rajada de ar novo.
A leitura começa com Dan nos contando como chegou até aquele estado; a separação dos pais; a confissão da homossexualidade do pai; a mudança de casa – seus móveis, roupas, objetos pessoais, tudo levado pelos credores; as lembranças e móveis velhos da casa/museu “nova” da tia, as mudanças de estilo de vida e escola... e engolir sem água a amarga humilhação.
O garoto precisa se ajustar à nova escola, novos colegas e aprender a lidar com a obsessão cada vez maior pela garota que mora ao lado – e enquanto isso, sua mãe tenta desesperadamente iniciar um novo negócio para que consiga manter a casa e as despesas, e tentar colar os pedaços de suas vidas.
Dan me pareceu um garoto comum, tentando lidar com todas as mudanças simultaneamente. E começar a mentir, cada vez mais, pareceu ser sua forma de lidar com tudo o que acontece. Ele é um bom personagem, com um senso de humor autodepreciativo incrível, bastante inteligente, espirituoso e maduro, muito maduro para sua idade – ele consegue lidar com todas as responsabilidades que lhe são impostas.
E não só ele. Uma coisa incrível sobre este livro é que percebi que gostava de todos os personagens – principalmente da mãe – porque todos eles são bem retratados, todos tem peculiaridades. E... eu gostaria de ter um cão como Howard, com um olhar psicoterapeuta.
Gosto da forma de conduzir a história que Wood tem. Gosto de como seus capítulos não são intermináveis – e da fluência que há em cada um deles.
Muito engraçado, fresco, bem escrito e amável. Posso te dizer que será difícil resistir ao charme do elenco de personagens de Seis coisas Impossíveis.
E, só a título de curiosidade, este é um YA australiano – muito, muito bem escrito e adorável.
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Muitas vezes encontramos o nosso destino nos caminhos que tomamos para evita-lo. La Fontaine não poderia estar mais certo – e é exatamente por isso que essa citação está logo no começo da segunda parte desse novo livro de Suzane Colasanti.
Tenho um histórico de histórias adolescentes com dona Suzane – e a cada novo livro tenho a sensação de que estou voltando no tempo e assistindo de camarote algum dos dramas que eu e muitas amigas passamos durante o colegial. É estranhamente divertido.
Enfim, em Tipo Destino conhecemos duas meninas, melhores amigas, que se veem envolvidas numa situação delicada. Erin e Lani são extremamente diferentes uma da outra, mas mesmo assim conseguem levar sua amizade. Erin namora um garoto, Jason, e Lani também se apaixona por ele. É uma história bem simples e rápida de se ler.
Lani é uma boa personagem, gosto de como sua forma de pensar funciona, sua lealdade pela amiga e seu amor por astrologia – eu, particularmente não sou muito ligada no assunto, mas pareceu interessante o modo como o Desconhecido ajuda a mudar a vida dos personagens. Erin é mais o tipo de personagem que estou acostumada a encontrar e bem, não posso dizer que suas reações não fizeram sentido para mim.
E então temos Blake e Jason. Na minha opinião, esses dois fizeram com que a história se tornasse única – mesmo que conheçamos esse tipo de enredo há muito tempo. E, não podemos esquecer de Connor, que mesmo sendo pouco destacado (porque é isso o que acontece com personagens secundários), foi uma brisa de ar fresco durante a leitura. Os garotos são mais fáceis de lidar, e tem reações mais “realistas” a tudo o que acontece. Junto com Lani e Erin, eles formaram um bom grupo que se aproximou do leitor – podemos nos ver em algum personagem, alguma forma de pensar, algum trejeito.
De uma maneira geral, gostei da dinâmica da história. Não é legal ter o seu namorado roubado, principalmente se for pela sua melhor amiga, mas no coração não se manda – o que também não significa que devemos ficar felizes por isso. Também não é confortável roubar o namorado de sua melhor amiga, principalmente se você manter o pensamento de que deve sua vida à ela. E bem, não é nenhum pouco agradável ficar no meio disso tudo, como se o mundo estivesse desabando – pobre Jason.
É de conhecimento geral que Colasanti sabe escrever para adolescentes. Sua maneira fluida de colocar as palavras de forma que não seja maçante acompanhar o desenrolar da trama, e de abordar temas delicados nesse período da vida é bem construída e sem enrolações.
Tipo Destino é uma leitura rápida que tem, entre outras, a função de mostrar que imprevistos acontecem e o destino, mesmo que não pareça, é feito por nós mesmo, por nossas escolhas e decisões. É triste – e até mesmo cruel – nos magoarmos e a nossas amigas, mas a melhor solução nesses casos, é conversar e entender o que de fato se passa em nossas cabeças e corações.
Também disponível em http://aluanaminhajanela.blogspot.com.br/
Quando começaram as propagandas sobre esse livro, bem eu já tinha ouvida muitas coisas a respeito dele. E estava curiosa. Muito curiosa. Não é todo dia que escuto uma amiga dizer que largou todos os livros que estava lendo para se dedicar somente a leitura de um – eu, pessoalmente, raramente faço isso. Então, foi com muita felicidade e ansiedade que recebi A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra. E o resultado disso, você confere agora.
Somos apresentados a Clay, um web designer que consegue um emprego de balconista na livraria do Mr. Penumbra e aos poucos, ele percebe que aquela livraria é mais do que aparenta. Com um grupo de amigos, ele se vê em uma missão e se envolve em eventos fantásticos envolvendo muito mais do que livros – uma sociedade secreta e códigos tão secretos quanto. É uma mistura de passado e presente envolvente. Foi uma boa experiência, mesmo que alguns pontos tenham me decepcionado um pouco.
Alguma coisa no personagem principal não conseguiu ganhar todo o meu coração. Talvez esteja no fato de que seus amigos são um cara fissurado por computadores e uma moça lindamente inteligente que, é claro, é a paixão de Clay. Para mim ele tinha uma mente juvenil demais. Ou então eu esperava muito e me senti frustrada. E é exatamente esse tom juvenil demais que mais me desagradou. Com todos os personagens adultos, eu esperava uma narrativa mais adulta, mais séria. A Livraria 24 horas tem mais similaridades com uma obra young para garotos adolescentes – com os personagens bidimensionais e tudo.
A facilidade com que os problemas encontrados por Clay, Neel e Kat conseguem ser removidos é provavelmente um traço da narrativa de Sloan e a maneira que o autor conseguiu de mostrar que atualmente acreditamos que tudo possa ser encontrado e resolvido na internet – chega até a ser cansativo o número de vezes que Google, Twitter e outros aplicativos são utilizados.
É, de fato, uma leitura divertida. É leve. É sem problemas. E cada personagem tem suas habilidades específicas em uso para um bem comum. Mas, ao final, eu realmente não senti toda a empolgação que aquela minha amiga me passou no começo da resenha. Uma pena, certamente – e pretendo lê-lo novamente no futuro para tirar a prova.
Resenha disponível em http://aluanaminhajanela.blogspot.com.br/
Em algum momento na caminhada dessa série, me vi perdida. Já em Só Tenho Olhos para Você alguma coisa estava me incomodando durante a leitura e em Se Você Fosse Minha esse incomodo ficou mais forte.
Dessa vez a história nos traz Zach e Heather, ele é o mecânico e corredor lindo de morrer e ela a treinadora de cães charmosa e com medo de amar. É claro que entre os dois explode uma atração sem limites – nenhuma novidade aí e nenhum problema também. Enquanto Zach inventou todas as maneiras possíveis de conseguir a garota que tirou seu sono, Heather fez de tudo para fugir. Essa fuga de Heather se torna meio cansativa durante a leitura. Todos sabem que ela quer – e fugir só adia mais o inevitável. Enquanto suas formas de fugir “meio que não fugindo” irritam um pouco, seu passado faz com que consigamos entender um pouco suas ações, medos e anseios. – E todo o amor e proteção de Zach são fascinantes – e toda a sua atitude mimada também.
Falando em Zach, o moço é o mais parecido com o falecido pai e também sente as mesmas dores de cabeça dele, por esse motivo, ele resolveu não ter nenhum relacionamento duradouro – o que muda drasticamente quando Heather aparece, é lógico. Ele já está dizendo “eu te amo” poucas semanas depois ficarem juntos (e esse é aquele momento “oh sim, isso é um romance, então as coisas devem ser rápidas”) e no seu melhor comportamento de garoto mimado – nada como um puxão de orelha da mãe para reverter isso, aliás.
No entanto, alguma coisa ficou de fora dessa vez. O arco que envolvia o pai de Heather não foi bem explorado e sumiu com a mesma velocidade em que apareceu na história. Toda a questão poderia ter rendido um bom capítulo e algumas reflexões úteis.
Ao usar o casal de cachorros como pano de fundo – e principal motivo para Zach e Heather passarem tanto tempo juntos – a autora conseguiu conquistar o carinho do leitor, porque a maior força de fofura da narrativa está nesse casal animal. De todos os livros dos Sullivan até agora, esse foi o mais fraco. A fórmula é a de sempre, mas nem esse é o problema. A questão talvez se resuma a falta de calor em Zach – apesar de ser um Sullivan, não mostra todo o furor com que estava acostumada nos livros anteriores –, que acaba ficando um personagem chato.
As cenas quentes foram ótimas, é claro. Bella Andre é magistral ao descrever todo o amor com que os irmãos Sullivan tratam seus amores, mas infelizmente isso não é o suficiente para segurar uma história.
Essa resenha tambéme stá disponível em http://aluanaminhajanela.blogspot.com.br/
Eu sinceramente não esperava nada em A Outra Vida. Era mais uma distopia com capa interessante e ideia original – e ponto final. Então comecei a ler e me diverti muito!
Um dos principais pontos que me agradaram muito foi o ritmo da narrativa. A maneira como Susanne escreve nos permite pensar que estamos assistindo a história se desdobrar de camarote e em alta velocidade. O suspense e a maneira como os capítulos terminam – seguido de uma cena curta da outra vida – são ótimos atrativos também. É como dirigir: acelerar e, em seguida, desacelerar em uma página, o suficiente para que o leitor consiga recuperar o fôlego para continuar a correr através do livro.
Todos os membros do nosso pequeno grupo de personagens eram assombrados pelas lembranças de seu passado, mas nunca conseguimos saber sobre isso. O futuro era assustador o suficiente para eles, então não havia a necessidade de desenterrar preocupações do passado. O que me leva a Joshua e Sherry.
Sherry é apenas uma criança que precisa crescer rápido demais. Ela precisa salvar seu pai e cuidar de sua família. Nós podemos ver como ela cresce, como se torna mais forte, como a coragem começa a correr em suas veias – a vida não é fácil, ela não queria fazer parte deste mundo, mas não teve escolha, teve que enfrentar os horrores e continuar vivendo – e lembrando daquilo que tanto amava em sua antiga vida. Ela se sentiu atraída por Joshua desde o primeiro momento e seus sentimentos cresceram lentamente de gratidão para preocupação e então amor.
Joshua perdeu toda sua gente e só se preocupava com a destruir os monstros que tirou sua outra vida. Ele era uma garoto que precisava aprender a amar e ser amado de volta. E mais do que isso, ele precisava de um motivo para continuar que não fosse vingança. Como a maioria dos garotos que temos conhecido em romances, Joshua é um pouco imprudente, mas ele tem um grande coração e tudo o que faz é porque ele se importa.
O livro foi realmente curto, mas hey! Teremos mais, ainda bem!
A Outra Vida é uma empolgante, rápida e incrivelmente original. Me sinto muito feliz em poder dizer que estou colocando mais uma série na minha estante de prediletos.
Essa resenha também está disponível no blog: http://aluanaminhajanela.blogspot.com.br/
Confesso que me interessei por Olivia Twisted por causa de um garoto muito distante e, ao mesmo tempo, muito próximo, Oliver Twist. Sim, essa é uma releitura – e acredite se quiser, me empolguei bastante por encontrar alguém capaz de fazer isso sem se perder. A autora conseguiu manter sua originalidade e transformar uma obra clássica em um YA moderno. Mas as semelhanças param no nome, aqui os garotos são hackers e fazem seus caminhos em contas de empresas, para depois ajudar aqueles que precisam. Nossa história pega o ritmo após dois dos garotos descobrirem o talento de Olívia e passarem a tentar recrutá-la para o grupo.
Nos encontramos com Olivia em um momento delicado – ela está sendo entregue em outro lar adotivo. Dessa vez, parece que irá funcionar: a família é rigorosa, mas boa e se preocupa com ela. É claro que ao longo da história vamos aprendendo mais sobre eles – e certos detalhes são um tanto quanto inquietantes. Olívia teria tudo para ter seguido um caminho ruim, a mãe drogada e as sucessivas trocas de orfanato não tiraram sua bondade e seus valores. Ela realmente é uma boa personagem para se encontrar.
Antes de continuar, preciso comentar sobre duas coisas que não consegui entender. Uma: há uma cena em que Olivia vai à uma boate e sua bebida é “batizada“, ela sabe quem o fez e vai confrontá-lo – até ai tudo bem, mas o problema aparece quando ela acredita na história que o culpado lhe conta. O confronto serviu para o que? Duas: a história por trás da família adotiva. O segredo do pai ganha espaço e me deixou empolgada – simplesmente para sumir sem mais nem menos. Eu adoraria respostas, sabe?
Enfim, esses dois nós se tornam menos importantes quando levo em consideração a forma magnífica que Vivi Barnes tem ao narrar uma história. Ela desenvolve os personagens de forma que convence o leitor e manter a trama nos prendendo a cada capítulo. É uma história leve, que nos apresenta o amor de forma suave e carismática.
O casal, Olívia e Z, é peculiar. Já faz algum tempo que não encontro um casal que tenha uma química tão boa e que não precise mover céus e terras durantes centenas de páginas para ficarem juntos. As centenas de páginas aqui são gastas em Z tentando levar Olívia ao seu mundo ao mesmo tempo em que tenta protegê-la (sim, ele tenta protegê-la, quem não gosta? Eu certamente sim). Demora para que a demonstração de carinho ganhe força, o que é interessante de se ler se levarmos em conta que hoje em dia a maioria dos casais já estão nos “finalmentes” antes do meio do livro. É também uma boa lição para os jovens, uma de que você não precisa apressar as coisas para ser feliz.
Z gosta do que faz – e é bastante empolgante ler sobre ele. Como não vê nada de errado com o que faz, acaba por fazer a ligação com Robin Hood ao tirar dos ricos para dar aos pobres. Ele não é um garoto ruim – e fica melhor depois de conhecer Olivia. Ela o faz repensar sua vida e suas atitudes – tudo bem, admito que antes dela, ele era moralmente instável, mas ei! Esse era até um detalhe charmoso. Com certeza gostei dele.
A leitura fluiu de forma contínua e rápida. O final não poderia ser melhor e fiquei satisfeita ao concluir a leitura. Foi agradável, romântico e doce. Se você gosta de livros Young Adult, esse é um que não deve perder.
Infinity é o terceiro livro da série The Chronicles of Nerissette e, sem sombra de dúvidas, ganhou meu coração. Quando o NetGallery e a editora liberaram o meu acesso ao livro, tive que correr atrás do prejuízo e ler os dois primeiros volumes, que estavam esperando pacientemente a minha leitura. Nunca me diverti tanto.
Aqui, Allie tem que tomar uma decisão difícil desde o começo – correr o risco de iniciar outra guerra, quebrar o tratado de paz que demorou um ano para ser firmado ou permitir que as pessoas que ama sejam tomadas pelo inimigo? É, eu não gostaria de estar na pele dela – mas ler é uma história completamente diferente.
Andria Buchanan consegue te manter preso, acorrentado ao livro com tanta tensão, ação e movimentos rápidos. Simplesmente devorei essa história sem piscar os olhos.
Desde o começo da séria, Allie tenta fazer com que seus amigos fiquem em casa, mas nada é tão fácil. Como rainha, ela prometeu corrigir os erros de seu antecessor e depois de muitas reviravoltas em seu caminho, ela está pronta para enfrentar o futuro e trazer coisas boas para o povo de Nerissette. O tratado de paz, Allie acha que será possível enviar seus amigos para casa – e ela mesma gostaria de ir, mas...
As reviravoltas que a história dá me deixaram sem palavras: A moça finalmente encontra o pai e um amor que ela nunca pensou que existiria – e voltar já não parece o certo. Acabamos por descobrir que o tratado assinado com a tia não era a melhor saída e depois de deixar a floresta em chamas, declarar guerra é a única saída que existe para afugentar o medo e finalmente encarar o que deve ser feito para proteger aqueles que Allie ama.
É bom ver que Allie ficou mais forte e guardou sua paciência para aturar as consequências de lutas e mais lutas – e quem imaginaria que ela seria tão boa quando corre atrás de vingança? Essa foi uma grata surpresa. Ela não está mais tão tímida e insegura e muito menos influenciável, como era no começo da série.
Como a romântica incorrigível que sou, adoraria que Allie e Winston tivessem mais tempo juntos. Eles funcionam tão bem! Ficaria encantada se eles passassem mais do que uma página juntos. Além disso, ele é a voz da razão, o que é sempre muito bom – mas eu até entendo que durante uma batalha esse tipo de envolvimento não é fácil.
The Chronicles of Nerissette te leva para um mundo novo, cheio de ganância, medo, amor, magia, amizade e devoção. Infinity é um final adorável para uma série ótima - como todos adoramos um final feliz, uma solução para os problemas e casais apaixonados, toda a tensão e escuridão que rondam a narrativa são bem resolvidas. Fiquei apaixonada, agora o que eu faço?
Resenha de Livro: “Autumn” – Sierra Dean
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Começarei ao contrário, comentando sobre o final. Simplesmente porque não consigo imaginar um jeito melhor de se terminar uma história do que o que li.
Foi imprevisível, surpreendente e jogou por terra todas as suposições que fiz até àquele ponto. Como definir essa surpresa de uma forma que você alcance o que estou sentindo? Wow! – é perto o bastante, creio eu.
A história nos apresenta Cooper e Eloise. Cooper está destinado a se transformar em um coiote ao completar dezoito anos – e aqui vem a intertextualidade que tanto me persegue, você consegue enxergar a semelhança com Os Lobos de Mercy Falls de Maggie Stiefvater? –, isso porque a família Reynolds sofre com uma maldição, e é claro que o resto da cidade sabe pelo menos alguma coisa sobre isso. Ele é um garoto que tem total consciência de seu destino e vive a vida humana que lhe resta com tudo o que pode, até mesmo é do time de futebol, apesar de ser ignorado pelos companheiros no restante do tempo. Em resumo, Cooper é um garoto legal e doce, o que deixa o leitor triste por vê-lo ser ignorado uma e outra vez pelos outros garotos.
É nesse contexto que Lou entra em cena. Ela acaba de se mudar para a cidade e ainda não sabe do passado guardado a sete chaves no armário da família de seu pai. Lou é uma personagem e tanto! Sarcástica, engraçada e cheia de energia para fazer qualquer coisa de sua vontade. Apesar do todos lhe dizerem que ela deve manter distância, a garota continua a conversar com Cooper – e as interações entre eles são simplesmente suaves e completamente doces. É através dessa amizade que os dois descobrem ser unidos pela maldição – e a todos da cidade atravessarão qualquer obstáculo para impedi-los de continuarem se encontrando.
Já há algum tempo tenho me encantado com as história de Sierra Dean conta em seus livros (não deixe de ler também as séries Boys of Summer e Secret McQueen, que são as minhas preferidas) e não é nenhuma novidade a capacidade dessa mulher. Ela consegue envolver o leitor em suas histórias e não perde o ritmo em suas sequências!
Autumn é uma publicação independente, e é o tipo de livro que leva seu mistério até a última página, é empolgante, sensível e maravilhoso de ler. E não irei acabar com a graça e contar o porque do título ser “Outono”.
Agora, tudo o que me resta é esperar pelo lançamento de Winter, em novembro. Acompanhe comigo a desenrolar da série Dog Days e me conte o que você acha que acontecerá a seguir!
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Autora: Amy Plum
Editora: Farol Literário
Páginas: 424
Nota 5
Decidi uma coisa nesse último ano: estou, definitivamente, deixando de lado a promessa de não ler mais séries. Aparentemente, o destino resolveu dar as cartas na minha lista de leitura. Encontrei em Morra por Mim mais uma série para acompanhar.
A premissa é bastante conhecida por nós: uma garota humana que se apaixona por um ser místico. Nesse caso, o ser místico é Vincent, um imortal que junto com outros de sua estirpe, salva a vida das pessoas e combate um clã de imortais do mal. Lembra um pouco a série da Alyson Nöel, mas as semelhanças param na imortalidade.
O ritmo da história flui com facilidade e a forma de narrar de Amy Plum é do tipo direta, que não tem necessidade de fazer floreios e rodeios para chegar ao ponto de interesse da história – o que me realmente me agrada muito. O começo é ao mesmo tempo um pouco devagar demais e rápido demais. Como assim? Bem, primeiro parece que demorou uma eternidade para que Vincent e Kate começassem a interagir (então quando você vê em que número de página está sua leitura, percebe que já passou da página 130), depois a quantidade e velocidade de informação que é descarregada em Kate é grande demais – mas pelo menos a personagem aguenta firme, por algum tempo.
Gostei bastante da relação entre Kate e Georgia, elas são diferentes, tem atitudes diferentes, mas se apoiam e se amam, apesar de ocasionais brigas. No entanto, Georgia aparenta ser um pouco imatura, mesmo sendo a irmã mais velha, algumas de suas ações comprovaram isso.
Kate me pareceu uma personagem bastante real, que poderia ser comparada à qualquer garota que sofreu uma perda como a sua. Outra coisa que me ocorreu enquanto lia é que atualmente os escritores gostam de descrever suas personagens principais como “almas antigas”, essa é a terceira ou quarta vez que li algo parecido no último ano.
Quanto aos integrantes do grupo dos revenant, não consigo decidir qual deles me cativou mais. Mas Charles, com certeza não está no topo da lista, o francês é frio demais para mim. Já Vince e Jules estão na dianteira. Vincent é quase perfeito e Jules é mais do que divertido. Para mim fica muito claro que Jules também sente alguma coisa por Kate, mas nós sabemos à quem pertence o coração da moça. Ambrose e Charlotte são memoráveis – e espero que exista um relacionamento entre eles em algum momento. Jean-Baptiste e Gaspard levaram algum tempo para me conquistar, mas de alguma forma, conseguiram antes do final da narrativa.
Por ser o primeiro volume da trilogia – que recentemente ganhou um quarto livro com o ponto de vista de Jules dos acontecimentos dos dois primeiros livros –, muitas perguntas foram deixadas sem resposta, muitas pontas foram soltas e muitos destinos estão sem um final que nos agrade realmente. E é claro que isso é intencional – e preciso ler o próximo livro logo.
E para te deixar com uma das perguntas que estão martelando na minha mente, pense nisso: Por que o avô de Kate reagiu daquela maneira ao ouvir a neta comentar sobre os numa? Será que ele esconde alguma coisa?
Existe uma razão para eu ler essa história em dois dias: Morra por Mim é uma leitura empolgante, que prende o leitor do começo ao fim – não apenas por querer descobrir se o casal ficará junto, mas também para aprender mais sobre o universo dos revenant e numa. Também é preciso dizer que a capa é linda e o trabalho feito no início de cada capítulo combina com o tom da história. Não deixe de ler e se apaixonar por mais uma série!
O tempo é mesmo uma caixinha de surpresas, não? Há quase um ano, escrevi a resenha de Amanda Imortal, que inaugura a trilogia de Tiernan, e eis que quase havia me esquecido dessa série quando anunciaram o lançamento de Cair das Trevas. É pouco dizer que fiquei ansiosa por saber como Nas estava e esperei impacientemente até esse dia chegar.
Esse segundo volume começa com uma frase de efeito de Reyn, só para nos colocar a parte de como, exatamente, está o clima entre ele e a minha imortal preferida:
“– Quero você.”
Sim, Reyn é direto. E realmente quer tentar alguma coisa com Nas, mas ela ainda não está pronta para isso. O que não impede o viking de tentar – e até mesmo ganhar uma nova admiradora, Amy, a divertida irmã de Anne que está visitando River's Edge por algum tempo. É claro que esse fato só o fez ganhar vários novos apelidos, durante as várias vezes em que Nas perde algum tempo reclamando da injustiça da vida. Sem dúvidas, todas as vezes em que Nas conversa ou pensa nele é uma diversão à parte.
“Reyn: a pedra no meu sapato, o pesadelo do meu passado, o destruidor da minha família, a constante irritação do meu presente e, ah, é, o cara mais gostoso, mais perfeito, mais lindo e incrível que já vi em 450 anos.”
Nas continua no caminho para aprender a ser uma pessoa melhor, mas coisas estranhas começam a acontecer depois do Ano Novo e no meio de dúvidas, medo e indecisão, escolhas erradas são feitas. De volta à companhia de Incy, Boz, seus antigos amigos e sua antiga vida, Nastasya percebe que apesar de tentar, não é a mesma mulher. Já não era a mesma na primeira vez que fugiu de Incy. Aproveitando o gancho, o melhor amigo da moça não é tão melhor assim e demonstra estar perdendo o controle em diversos momentos.
Incy parece uma pessoa desequilibrada, no limite, que volta à normalidade quando Nastasya segura as rédeas da relação e Boz e Katy não sabem como lidar com ele, enquanto Cicely parece não perceber e até mesmo gostar dessa nova atitude de Innocencio. Tudo é muito mais real – e perigoso, e suas consequências serão irremediáveis.
Com a inserção de novos personagens – ou até mesmo apenas a menção deles – podemos perceber que a jornada de Lilja ainda está longe de terminar, mas grandes coisas acontecem quando grandes escolhas são feitas.
Conseguindo manter o sarcasmo que é a marca registrada da protagonista, Cate nos presenteia com uma continuação que faz sentido e adiciona conteúdo e amadurecimento à trama. Em alguns momentos o excesso de drama que Nas faz é um pouco incômodo, mas não é um pecado grande o suficiente para atrapalhar a leitura. Ela está aprendendo, no final das contas e mesmo com o final mais do que satisfatório, sinto que sentirei falta de Meriwether e seu pai. A herdeira de Úlfur e filha do Lobo, finalmente reconhece o passado como seu e está pronta para enfrentar o futuro.
Escolher trechos dessa vez foi uma tarefa difícil, gostei de várias frases e por isso, enquanto lia, postei no meu perfil do Twitter alguns quotes, se você ficou curioso, procure aqui e divirta-se. Enquanto isso, esperarei que o desfecho de Amada Imortal, Etermally Yours, seja lançado aqui em breve – antes que eu morra de curiosidade e saudade dos amigos que fiz em River's Edge. Não deixe de ler Cair das Trevas, ficar muito tempo sem a companhia de Nas não é legal!
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Autora: Lucy Leiderman
Editora: Dundurn Group
Páginas: 384
Adoro uma capa de livro, por isso, enquanto olhava as estantes do Net Gallery me apaixonei pela arte da capa desse livro. É tão cheia de cor e bonita! Eu não tinha nem lido sua sinopse e já sabia que iria lê-lo – culpe a capa. Pois bem, recebi o ARC e me envolvi com a história de Gwen, sem me arrepender.
A vida da adolescente Gwen muda quando conhece Kian, e este lhe mostra um mundo totalmente novo – e um destino que ela deve cumprir com a ajuda de outras seis pessoas. Kian é o típico personagem feito para cativar o leitor, misterioso, cheio de segredos – que dão o ar da graça no ponto alto da narrativa – e com ações não esperadas, as cenas em que ele aparece sempre me deixaram ansiosa, esperando alguma reação que valesse a pena. Com Gwen, ele tem alguns momentos realmente interessantes. Gostaria de poder saber mais sobre esse personagem, para poder entende-lo de verdade.
O que me leva à Gwen. Eu, pessoalmente, não embarcaria numa aventura com um desconhecido para encontrar outros garotos com a mesma peculiaridade que a minha, mas estou falando de Gwen agora e é claro que ela iria atrás de Garrison e Seth. Fico feliz por encontrar uma personagem forte, não só fisicamente, mas também psicologicamente (porque, sinceramente? Sempre ler sobre personagens que são donzelas em perigo é cansativo). Gwen descobre sobre seu passado através de Kian e tem que ajudar a salvar o mundo de uma dominação mágica, mas depois de passar pelo trauma, não fica chorando em um canto como várias outras personagens por aí. Ela é humana, sente medo e apreensão sobre seus poderes. Gwen tem potencial de se tornar uma ótima personagem – se mantiver seu estilo irônico pelos próximos livros.
Não posso deixar de comentar que o ritmo da história é acelerado. Em um momento eles estão em C e de repente já pularam para G – e você precisa voltar e reler para descobrir o que aconteceu. Isso me deixou um pouco confusa até que finalmente me acostumei (já perto do final). Gostaria de saber mais sobre as vidas, qualquer uma delas, de Seth, o garoto friamente descontraído, e Garrison, com sua super vontade de... Por ser o primeiro livro de uma trilogia, entendo que sua história é uma forma de introduzir o mundo da trilogia Seven Wanderes. Talvez minha única ressalva seja o uso de frases curtas, o que ajuda a fazer a história correr, mas também não indica um aprofundamento de pensamento dos personagens.
Todo livro tem seus altos e baixos, mas isso não significa que devemos parar sua leitura por isso. Adoraria se Lucy Leiderman desse mais destaque para Seth e Garrison, investisse mais no relacionamento não necessariamente romântico de Gwen e Kian e gastasse mais algumas linhas para não deixar tudo tão corrido (apesar de em alguns momentos acontecer exatamente o contrário e parecer que não estamos andando para frente); em contrapartida, adorei a maneira como Gwen lidou com sua nova vida e acompanhar sua jornada através de seus pensamentos foi uma boa experiência.
Cheio de ação e magia, viagens e aquele romance indispensável, Lives of Magic tem pressa de se provar uma boa leitura. Seus personagens prometem – e espero que cumpram no desenvolvimento dessa aventura.
Provavelmente você deve estar curioso para conhecer mais sobre A Nova Ordem, depois de acompanhar todo o jogo de marketing que a nova série da Novo Conceito possui. Espero que essa resenha reforce a sua vontade de conhecer os irmãos Allgood.
Existe uma razão para que Patterson seja chamado de “o maior contador de histórias dos Estados Unidos”, ele possui ideias geniais! Já conhecia o seu trabalho pela série de Alex Cross e quando o kit do livro chegou na semana passada, minhas expectativas já estavam altas. Não me decepcionei.
Com capítulos curtissímos - não passam de duas ou três páginas - e finais de capítulo sempre com algum gancho que te empurra para o próximo e próximo e próximo capítulo. São muitos capítulos, que passam sem que você perceba.
Dividido em três partes, acompanhamos as desventuras dos irmãos Whitford e Wisteria por seus pontos de vista - que não necessariamente são intercalados. Presos sob a acusação de bruxaria, os dois adolescentes não imaginavam que o novo governante, O Único Que É O Único, estava disposto a tudo para transformar a sociedade em um lugar terrível de se viver. Sua ideologia convence grande parte dos adultos e dezenas de jovens são presos e executados todos os dias.
Enquanto Wisty está focada principalmente em encontrar os pais foragidos, Whit tem mais coisas com que lidar, sua namorada Célia A moça estava desaparecida há semanas, e agora, mesmo a tendo reencontrado, o antigo quaterback não pode ficar com ela.
“De repente, notei que havia outra coisa diferente: ela não tinha cheiro. Ela costumava usar um perfume de rosa e, toda vez que eu sentia aquele aroma, meu coração dava um capote e meu sangue parecia bombear mais rápido.”
Nesse volume, o foco está mais em Wisty e em como seus poderes se desenvolvem rapidamente conforme a necessidade e como ela consegue controlar seus dons de forma ainda mais rápida. A garota é uma bruxa muito poderosa e junto com seu irmão, emcabeça a lista dos procurados e perigosos da N.O. - percebe que forma um no (não), ali? Pois é um reflexo do que prega a Nova Ordem, não à música, não à literatura, não à juventude. Falando em Whit, espero que ele tenha mais espaço no próximo volume, apesar de suas cenas sempre serem interessante - e ele ser peça vital para que várias crianças sobrevivam.
Outros personagens também tem espaço, a já citada, Célia, Janine, Emmet e Sasha - que apesar de acabar com uma imagem não tão boa, roubou um pouco da minha atenção (espero que ele possa se redimir em breve, também).
Com linguagem jovem e fácil e cheio de referências à cultura pop que conhecemos, Bruxos e Bruxas é de fato uma leitura mais do que agradável.
“Harry Podre e a Ordem dos Idiotas
História profundamente perturbadora de um menino maluco que percebe que seu emprego de escriturário se torna muito mais fácil ao utilizar os chamados “poderes mágicos”.”
Mal posso esperar para descobrir o que o destino e as profecias guardam para esses dois irmãos e seus amigos. Que eles farão grandes coisas, tenho certeza.
http://aluanaminhajanela.blogspot.com/2013/06/resenha-bruxos-e-bruxas-de-james.html
*Para o site Up!Brasil www.up-brasil.com
Argo – Como a CIA e Hollywood realizaram o mais estranho resgate da história, conta o passo a passo da operação da CIA que resgatou os seis americanos fugitivos do Irã revolucionário.
A narrativa nos mostra ao mesmo tempo o que acontecia nos bastidores com os agentes nos prédios da CIA procurando formas de resgatarem os americanos e o que os americanos escondidos passavam para encontrar um esconderijo seguro num país em ebulição. Ser americano, naquele contexto e naquele país, ao era o melhor negócio. Enquanto passava as páginas do livro me senti envolvida em todo o desenrolar da trama, era como se fizesse parte da equipe que planejava o resgate ao mesmo tempo em que me sentia como os “hóspedes”, presa e sem esperanças.
O livro focou principalmente no que aconteceu antes do resgate. Como os seis americanos conseguiram fugir da embaixada (e se lendo a sensação de fugir é mais do amedrontadora, me pergunto o quanto o medo dessas pessoas foi maior do que o que eu senti lendo – provavelmente muitas vezes maior), as diversas casas e apartamentos nos quais pernoitaram até conseguirem um abrigo seguro com o pessoal da embaixada canadense – e vale colocar em destaque o neozelandês que também ajudou, o estado psicológico prejudicado, a rotina sempre dentro de casa... E também o que acontecia na CIA enquanto isso, com a narrativa em primeira pessoa do agente Tony, que nos contou em primeira mão diversas operações que participou e suas impressões do que deveria estar acontecendo no Irã naquele momento, além de pincelar acontecimentos passados que culminaram na revolução de 1979.
Ler Argo é praticamente ter uma aula de história daquela região, o que possibilita ao leitor entender diversos acontecimentos posteriores a 1979 e as posições americanas e iranianas de hoje na política – porque mesmo que você já tenha estudado esse assunto na escola (ou cursinho), ler de uma pessoa que acompanhou tudo isso de perto é outra coisa. Parece muito mais real – e você presta mais atenção.
Não se pode deixar de lado também a rede de atuação da CIA (como é grande!) e o fato de que seus agentes são mais do que qualificados – nós sempre achamos que a Agencia é grande e tudo o mais, mas poucos realmente param para pensar no quão grande é e no que resultam suas operações.
Com boa fluência na narração, capítulos bem construídos e linguagem sem segredos, Argo pode ser lido antes ou depois de você assistir ao filme – eu li antes, influenciada pela mania de sempre ler antes o livro. E agora, depois de assistir e ler, posso dizer que é uma história que mereceu todas as premiações que recebeu.
Esse foi o primeiro livro que li de Antonio Mendez, apesar de já ter ouvido alguma coisa sobre o ex agente americano, e me surpreendi com a riqueza de detalhes que ele conseguiu colocar na narrativa sem deixá-la carregada e cansativa. Matt Blagloi, ao contrário, já é figurinha carimbada na minha pilha de leitura com seu The Rite: The making of a Modern Exorcist e não decepcionou, mantendo seu padrão na hora de conduzir uma história. Argo me deixou com a impressão de que um autor completou o outro.
Neste livro, Emily Giffin trata de um assunto atual e delicado – ter filhos, ou no caso, não os ter. Conheço várias mulheres que não desejam filhos – nem agora, nem num futuro próximo – e conheço também algumas garotas que não veem a hora disso acontecer, eu frequentemente mudo de opinião sobre o assunto – bem, o que posso dizer? Estou na metade do meu curso, não consigo pensar nem em casamento agora (o que eu acho que quero algum dia).
Enfim, a questão é que Claudia e Ben são casados, não querem ter filhos e vivem apaixonadamente bem o seu casamento. Até que ele resolve ser pai. Claudia não quer ser mãe – e aqui me pergunto se sua própria mãe tem alguma coisa a ver com isso, porque a mulher não é exatamente um exemplo a ser seguido –, ela é uma editora bem-sucedida e não quer parar de trabalhar para ter um filho, nem que isso seja o recente maior desejo de seu marido. Mesmo com as opções que Ben encontra para que ela não se afaste do trabalho, seus contra-argumentos, que antes pareciam mais fortes, não cessam. O casamento começa a desmoronar, então. A separação do casal acaba sendo inevitável e dolorosa – todas as separações são dolorosas, mas um casamento... bem, de alguma forma dói mais.
Então, ao longo das páginas acompanhamos Claudia se reerguendo. Suas conversas com familiares e amigos, suas diversas mudanças de humor – triste, alegre, raivosa, nervosa, inquieta, e sua forma de voltar a viver. Ben não aparece com frequência, acompanhamos a história pelo olhar de Claudia, e ela não se encontra com ele muitas vezes.
Devo confessar que a leitura foi conflitante. A decisão que Ben toma, de ter um filho, mas somente se for com a esposa, foi um tanto quanto inquietante, porque eu – como leitora – sei que combinados podem mudar e estamos revendo nossas escolhas a cada dia, mas mesmo assim, quando ele tenta fazer Claudia mudar sua forma de pensar, bem... não posso dizer que tenha sido um passeio suave.
As irmãs dela foram uma história à parte. Cada uma tinha seus próprios problemas e de certa forma fizeram com que Claudia tivesse a oportunidade de ver o mundo de outra forma. Seu pai também foi um grande personagem.
Uma Prova de Amor não deixa de ser uma linda história. E o final dela... não deixou a desejar. Confesso que tinha outros finais possíveis em mente, mas foi um final válido – e que deixou todos felizes, por isso não há o que pedir mais. Vale a leitura – e a reflexão que ela impulsiona.
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É estranho perceber que a série de Michelle Madow acaba com esse livro. Estou acompanhando as desventuras da protagonista desde o seu debut há vários meses e devo dizer que me apeguei aos personagens. Bem, para quem não se lembra, tudo começou com o clipe de Love Story da Taylor Swift e então Michelle nos trouxe essa história mágica sobre um amor que transcendeu eras. Bom, deixe-me parar de enrolar e começar a falar sobre o desfecho logo.
Em Timeless, Lizzie ainda tem que lidar com coisas estranhas acontecendo e presságios de coisas ainda piores e a única saída para que ela consiga se salvar é uma ideia completamente maluca – ela precisará da ajuda de Drew e Chelsea para voltar ao passado, quando tudo começou. É literalmente uma corrida contra o tempo, principalmente para Lizzie.
Falando em Elizabeth Davenport, a personagem é forte – e principalmente nesse livro, teve que passar por muita coisa. Não são todos que conseguem se reerguer logo depois de perder seu grande amor, mas ela consegue, ela não fica chorando em um canto, ela descobre o que precisa ser feito e faz. É extremamente interessante ver como Lizzie conseguiu amadurecer ao longo desses livros – e tudo regado ao amor de Drew.
Andrew Carmichael, mais conhecido como Drew, é simplesmente o tipo de garoto que você vai gostar. Além de ser um completo cavalheiro e tratar Lizzie como uma rainha – mas sem deixar que ela perca a sua independência – Drew é forte e protetor, chegando a quase ser perfeito.
E por fim, Chelsea Givens. Depois do que vimos em Vengeance, temos uma visão maior sobre a garota. A personagem ainda não me inspira total confiança, mas depois de perceber seus erros e parar de agir como uma criança mimada, Chelsea se dispõe a ajudar Lizzie e fazer de tudo para consertar suas falhas.
Realmente foi um desfecho digno e se encaixou perfeitamente em tudo o que eu pude imaginar ao longo da leitura. O estilo de escrita de Michelle continua ótima e podemos perceber que ela amadureceu também enquanto escrevia a série, seus capítulos fluem fáceis, e a história vai se desenvolvendo diante dos olhos do leitor, que alterna entre ficar angustiado por saber o que acontecerá nas próximas linhas e se apaixonar ainda mais por Drew e Lizzie. O romance entre eles é um dos melhores que já encontrei, o casal funciona – e eles faíscam juntos! Drew sempre a trata como se deve tratar uma mulher e só esse fato já merece todo o meu carinho. Em Timeless voltamos à voz de Lizzie e logo percebemos que essa Lizzie não é a mesma de Remembrance, ela cresceu e passou por muitas coisas que a moldaram até chegar aqui. Além disso, as descrições são uma parte muito interessante de toda a trama.
Sem querer deixar spoilers, nesse último livro, a trama foi maravilhosa. Michelle nos surpreende com as reviravoltas e novos mistérios, além da coisa com bruxaria que completou bem o quadro. Foi um período de leitura intenso, para mim, e tudo o que sobrou quando terminei a última página foi aquela já conhecida sensação de felicidade. A autora acertou a mão, conseguiu manter um ótimo equilíbrio e deixou mais do que satisfeitos todos os leitores que acompanharam a saga.
Para fechar, estou muito satisfeita com o final, eu sei, por ser uma espécie de conto de fadas moderno, que eles serão felizes a longo prazo e para mim, está perfeito assim. Timeless fechou com chave de ouro e espero que você leia e me conte o que achou!
“A diversão de bater e sovar uma massa quente e cheia de fermento? Uns vinte dólares eu diria. Aquele café perfeito? Eu pagaria 75 dólares com prazer por ele. A expressão no rosto de Reyn quando me viu trabalhando na cozinha ao nascer do dia? Não tem preço.”
Page 60 - Love it <3
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Em algum momento desse ano, eu disse que gostaria de tirar férias de ler séries, mas nesse exato momento estou radiante por não ter cumprido esse desejo. O primeiro volume da trilogia de Cate Tiernan veio como uma rajada refrescante de originalidade.
Tudo bem que já lemos outras histórias envolvendo imortais, mas ao contrário da maioria, dessa vez o componente que fez a diferença é exatamente o fato de que todas as centenas de anos vividos pelos personagens cobra o seu preço – e não de uma forma suave. A história da imortal – e perdida – Nas foi capaz de me cativar e envolver durante as mais de duzentas páginas do livro. Nastasya possui um dos traços de personalidade que mais me agradam em um personagem: sarcasmo. A garota – que de garota só tem a aparência – é tão ácida em suas falas e pensamentos que em diversas vezes o leitor se pega revezando entre gargalhadas e lágrimas, afinal, a vida que ela custou a enterrar no passado não foi um mar de rosas.
A diversão de bater e sovar uma massa quente e cheia de fermento? Uns vinte dólares eu diria. Aquele café perfeito? Eu pagaria 75 dólares com prazer por ele. A expressão de Reyn quando me viu trabalhando na cozinha ao nascer do dia? Não tem preço. (pág. 60)
Não resisti em colocar esse trecho pois me lembra daquela propaganda de um cartão de créditos (Mastercard, você também se lembra, vai... ) e me diverti muito no momento em que o li, cheio do sarcasmo de Nas.
Ao fugir de seus antigos amigos, principalmente de Innocencio, Nas só encontra como saída ir para a casa de River, outra imoral que anos atrás ofereceu seu lar de reeducação para imortais como abrigo para ela. Em River's Edge uma nova fase começa para Nastasya e enquanto faz amizade com outros imortais e encontra um emprego normal em uma loja na pequena cidade, seu passado começa a ressurgir e ameaçar.
Reyn foi com certeza um dos melhores personagens do livro, o deus viking (como Nas o chama, ainda sem saber de sua real origem – que combina perfeitamente com o apelido) parece ser tão distante e controlado, mas ainda assim não consegue resistir à Nas na mesma intensidade em que ela fica balançada. Mas uma história que se preze sempre tem um triângulo amoroso e Nell faz seu papel muito bem – a moça que se faz de inocente e esconde inveja realmente me surpreendeu no final da trama.
Amada Imortal traz uma narrativa cheia de intrigas, personagens bem formados e magick – isso mesmo, magick e não mágica, mas isso não significa que não é a mesma coisa – e, é claro, romance. Até mesmo os professores de Nas tem características bastante aprazíveis. Com boas jogadas e personagens secundários – e terciários – que mostram o porque de estar ali, não consegui desgrudar de suas páginas enquanto não terminei a historia. Solis, Brynne, Asher, Dray, Meriwether e todos os outros ensinam, mesmo sem perceber, mais coisas para Nas do que ela jamais imaginou ser possível. Ao longo das semanas, ela volta a se importar com outras pessoas e, finalmente, com si própria. É hora de tomar em suas mãos o passado e encarar os desafios que virão no futuro – e acho que apesar dos erros durante o caminho, a herdeira da Casa de Úlfur irá dar conta do recado.
E me deixe dizer uma coisa, já estou morrendo para ler a continuação, Darkness Falls, e só posso torcer para que seja lançado logo – logo mesmo. Não deixe de ler!
Incrivelmente, não foi a capa que me chamou a atenção em Crux e sim sua sinopse, que deixou meu lado curioso morrendo de vontade de saber mais sobre Birdie. Outro ponto que me deixou extremamente feliz e ávida por ler essa história foi o fato de não pertencer a uma série (porque depois de tantas séries aparecerem, uma história de um livro só é uma benção).
Crux tem o equilíbrio perfeito entre ação, mistério e romance, é praticamente impossível largar a história antes que ela termine, possui uma mistura incrível do mundo real com a fantasia, de personagens cativantes, grandes acontecimentos e vikings. Julie Reece traz uma maturidade na escrita que mostra saber o que está fazendo para envolver o leitor – e me deixe te contar uma coisa, isso funciona muito bem, obrigada, desde a primeira linha da história.
A tall blond handsome-for-an-older-type guy rushes toward me on the already crowded sidewalk, hauling an enormous black suitcase.
Birdie é uma personagem interessante, ela é uma garota sem sorte, sem-teto, que luta para sobreviver e tem seu destino mudado depois de muito tempo, mas isso não significa que ela irá confiar facilmente nas pessoas que passa a conhecer, Birdie não espera o melhor de cada pessoa, ela é realista depois de tudo o que passou e mantém a centelha da esperança mesmo assim, o que a caracteriza mais do que perfeitamente como a heroína da história. Ela encanta o leitor e logo nos vemos querendo que ela encontre um bom lugar para ficar e que possa ter seu final feliz. O que nos leva à Grey.
Grey é um provocador, exigente, às vezes irritante, e, é claro, lindo de morrer, mas o mais importante, ele não deixa que Birdie enfrente tudo sozinha. Em suas diversas facetas, Grey mostrou estar disposto a tudo para proteger Birdie, e isso já é um grande passo para conquistar qualquer garota, principalmente o leitor. Outros personagens, como Scud, Katie, Jeff, Izzy e Dylan também merecem grande destaque, sempre aparecendo para nos amarrar mais à história. E temos também Fenris, que é uma besta, mas que todos desejariam ter um desses por perto.
Mesmo restando algumas perguntas não respondidas, Crux traz tudo o que procuramos em um livro, diversão, ação, romance, mistério. Haveria, talvez, mais histórias que pudessem ser contadas sobre Fenris e Birdie, mas o que já temos é maravilhosamente encantador.
Estou apaixonada por essa história e por isso a indico para você. Se você gosta de livros Young-adult, essa é um dos melhores lançamentos desse ano, não deixe de ler e se apaixonar por Grey, ficar ao lado de Birdie, se divertir com Jeff e os outros e querer saber mais sobre Fenris.
Vengeance é o segundo volume da saga Transcend Time e é uma história curta – com 12 mil palavras – que conta os fatos que ocorrem logo após o término de Remembrance, dessa vez pela visão de Chelsea.
Depois de descobrir sobre sua vida passada, Chelsea ganha uma nova visão de mundo e decide tomar as rédeas do assunto, mesmo se importando com Drew, ela sente que sua conexão não é tão forte com ele e quer vingança, uma vez que sua ex-melhor amiga o roubou dela. Não posso dizer que gosto realmente dela, mas nesse livro nossa percepção da personagem muda, agora sabemos como ela sempre se sentiu em relação à Lizzy e nos sentimos mal por ela. Mas isso não muda o fato de ela ser um tanto quanto superficial.
A narrativa continua ótima, a história flui um pouco mais rápido do que no livro anterior – até porque possui menos páginas – e mostra alguns acontecimentos importantes que com certeza não serão mostrados no próximo volume. Foi interessante passar algum tempo sem focar Lizzy e Drew e conhecer mais sobre Chelsea e seu passado com o ex namorado. Fico feliz em acompanhar essa saga tão bem escrita e estruturada por Michelle Madow e perceber que só possuo elogios à ela.
Estou ansiosa pelo volume final, Vengeance deixou um bom gancho para isso e ainda há esperança para que Chelsea perceba que suas ações afetam tanto ela mesma quanto os que estão a sua volta. Se você é fã de Remembrance, não deixe de conferir esse!
Como se vingar de um cretino tem um interessante fio condutor da narrativa: Georgina e Tristan têm passado os últimos anos se desentendendo e todos sabem disso. O que todos não sabem é que os dois possuem um passado juntos e que é desse passado que o relacionamento tempestuoso dos dois teve início. É, como esperado, esta relação que é explorada neste primeiro volume.
Pessoalmente, gosto dos romances que trazem uma segunda chance para os casais e o “de inimigos a amantes”, apesar de muito utilizado, ainda é uma fórmula que funciona muito bem – principalmente com Georgina e o visconde Dare. É sempre um desafio, ao meu ver, fazer com que histórias que tragam essa “segunda chance” funcionem – existem n possibilidades que podem fazer com que o apelo para a segunda chance não funcione –, mas Suzanne Enoch conseguiu juntar todas as pontas e simplesmente fazer funcionar.
Temos então Georgina e mais duas amigas, Evelyn e Lucinda, que são bastante cínicas quando se trata de homens e seu tratamento destinado às mulheres. Cada uma possui uma lista de lições [sobre o amor] e Georgina acha que Tristan é um dos homens que mais merece aprender alguma coisa. Em um primeiro momento, o plano de Georgina me pareceu um tanto infantil, mas ainda assim muito engraçado e acabei entendendo o porquê de ela precisar ensinar uma lição ao visconde. E obviamente, ela não conseguiria resistir a ficar perto dele para isso.
Uma característica que achei muito interessante em Tristan é o fato de ele sempre aceitar a raiva de Georgina – e entender que ela estava certa em ter essa raiva. Acho que isso fez com que fosse mais fácil também entender seu ponto de vista – e porque ele deixou que seis anos se passassem alimentando a raiva da moça. Uma coisa que os dois personagens aprenderam aqui é que suas ações da juventude sempre têm consequências que irão explodir em algum ponto de suas vidas.
Então sim, os dois personagens principais são muito bons. Mas também temos vários outros personagens que são um prato cheio para a narrativa. Todas as cenas com a família de Tristan são ótimas – todos tão diferentes entre si e tão complexos, como realmente são as famílias.
A narrativa não perdeu o ritmo em nenhum momento graças Às interações entre Georgina e Tristan – tivemos uma ou outra cena que pareceu fora do lugar e extremamente boba (como o escândalo com Amelia), mas nada que prejudicasse a leitura. É bastante claro, para mim, que uma história com uma heroína inteligente está fadada ao sucesso. E, é claro, o humor em suas cenas é um ponto extra.
Provavelmente o momento em que li não me ajudou muito a me deixar envolver realmente com a história, mas não posso negar que é um bom livro. É uma história bonita, leve até. E a forma como o casal resolve seus problemas funciona bem com o que é proposto em sua trama.
Li “em uma sentada”, gostei muito.
A construção da narrativa foi boa, o desenvolvimento dos personagens também. Como é uma história curta, a sequência de eventos acontece de forma super satisfatória (ainda que eu gostaria que tivesse um pouco mais de explicação sobre a mãe da protagonista).